A Paraíba está entre os estados nordestinos que deverão disponibilizar para a população doses da vacina russa Sputnik. Os estados nordestinos já acertaram os termos de compra de 25 milhões de unidades. Ao todo, a região tem nove estados. Falta agora assinar o contrato com o Fundo Soberano Russo, que desenvolveu e distribui o produto. As doses seriam importadas da Rússia.
A expectativa é a de que os imunizastes comecem a ser enviados em abril e que todas as doses sejam disponibilizadas até até julho. A medida é a possibilidade de acelerar a imunização dos paraibanos, que segue a passos lentos por causa da demora do governo federal. Para se ter uma ideia, nesta quarta-feira (3) chegaram 56,4 mil vacinas para serem distribuídas no Estado. A faixa de idade liberada é entre as pessoas entre 75 e 79 anos. O problema é que a vacina russa ainda não foi liberada pela Anvisa.
Segundo o governador Wellington Dias (PI-PT), as doses da Sputnik serão entregues para o Programa Nacional de Imunização (Dias coordena a seção de vacinação do Fórum de governadores). Alguns governadores de fora do Nordeste, porém, pensam em usar as doses em seus próprios estados caso o governo federal não consiga cumprir seus prazos de vacinação. É o que a Folha ouviu de três governadores das regiões Sul e Centro-Oeste. O Ceará estuda como proceder.
Dias conta também que, na terça-feira (2), a União Química prometeu aos governadores tomar providências para obter aprovação da Sputnik na Anvisa. Até segunda-feira, o laboratório apresentaria aos governadores o cronograma de produção e entrega do produto.
Segundo Dias, os governadores também pediram uma “proposta firme de entrega” de vacinas produzidas pelo Instituto Butantan, da chinesa Sinovac. A intenção é comprar do instituto paulista mais 30 milhões de doses. Outras vacinas em vista estão “em espera”: não é possível negociar enquanto o governo federal não chega a um acordo com Pfizer, Janssen e Moderna.
Nesta semana, o Congresso aprovou a lei que também autoriza estados, Distrito Federal e municípios a “assumir os riscos referentes à responsabilidade civil” pelos efeitos adversos das vacinas” e a compra dos produtos, sob certas condições.