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Drama de integrante do Gaeco frente a bandidos será contado em filme
19/12/2022 16:44
Suetoni Souto Maior
Bandeira integra a equipe do Gaeco há quase dez anos. Foto: Divulgação

Quem é brasileiro sabe que dez minutos é uma medida de tempo bem relativa. Para um dos integrantes do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba, esse tempo representou uma linha tênue entre a vida e a morte. O caso em questão envolveu um sequestro ocorrido na manhã de 18 de setembro de 2013 e terminou com dois dos sequestradores baleados e um terceiro preso. A história é protagonizada pelo sargento Valdomiro Bandeira e será contada em documentário, com lançamento previsto para o primeiro semestre do próximo ano.

O caso ocorreu poucos meses depois de Bandeira entrar para o Gaeco. Ele parou o carro do MPPB nas imediações do Forrock, na BR-230, quando foi abordado por três homens armados. A partir daí, ocorreu o que chama de um festival de milagres. Ele foi revistado e os sequestradores não encontraram a arma escondida junto ao corpo. A carteira foi revistada e os criminosos não viram a identidade funcional. Por fim, uma mochila com objetos que poderiam identificá-lo foi fuçada e os criminosos não entenderam ser pertencentes a um policial.

Poucos minutos se passaram desde o momento em que ele foi interceptado até a chegada a uma agência bancária no Retão de Manaíra, onde, de posse do cartão de banco de Bandeira, um dos sequestradores entrou na agência para sacar todo o seu dinheiro disponível na conta. Neste momento, ele entrou em confronto com os homens que ficaram dentro do carro e baleou os dois. Depois disso, entrou dentro do banco com arma em punho para prender o terceiro. Diz ter contado com a sorte, porque os seguranças da agência não reagiram para confrontá-lo.

“Vivi o pior momento da minha vida. Eu estava armado dentro do carro, cheguei a ser revistado, pegaram a minha carteira lá. Corri um risco muito grande de ser identificado”, lembra, citando momentos do episódio que ganhou grande repercussão na imprensa paraibana. “Tive que entrar na agência sem nenhum pingo de identificação, com a pistola na mão. Os vigilantes não fizeram nada contra a minha pessoa. Graças a Deus, não atiraram em mim. Eles não entenderam o que era e a gente conseguiu fazer a prisão do terceiro (sequestrador) que estava dentro do banco”.

Bandeira lembra que o episódio o colocou de frente para uma situação completamente nova. Ele lembra que foi treinado para o gerenciamento de crise das outras pessoas, mas nunca para algo que envolvesse ele próprio. Depois disso, junto com Onivan Elias de Oliveira e Álvaro Cavalcante Filho escreveu o livro “É um assalto” – E se eu reagir?, que se propõe a ser uma espécie de manual de sobrevivência. Sobre do documentário, dirigido por Rodrigo Machado, ele diz ser parte de uma dívida com Deus e que o objetivo é buscar meios para que o cidadão que saia de casa para trabalhar consiga voltar e encontrar sua família.

O documentário terá 40 minutos de duração e deve ser disponibilizado em um canal de streaming ainda a ser definido.

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