O convite de lideranças políticas de Santa Rita para que o comunicador Nilvan Ferreira (PSL) aceite disputar as eleições para prefeito na cidade, neste ano, tem um monte de simbolismos. E todos eles têm relação com a quase certeza de um fracasso sem escalas do grupo em João Pessoa. Ou seja, com chances remotas de ir para o segundo turno. Tudo isso porque o bloco ficaria dividido entre o comunicador e o ex-ministro Marcelo Queiroga (Saúde), o preferido do partido para a disputa eleitoral na capital.
Nilvan foi bem votado em Santa Rita, em 2022, quando disputou o governo do Estado. Ele conquistou, no primeiro turno, 22 mil votos na cidade. Mais que o candidato reeleito, João Azevêdo (PSB), com 15,5 mil, e que o segundo colocado, Pedro Cunha Lima (PSDB), que teve 16,4 mil votos. Isso, por si, não quer dizer ainda uma situação virtuosa para a disputa das eleições, mas é um indicativo. Ao blog, o comunicador disse que as pesquisas internas são animadoras. Além disso, o atual prefeito, Emerson Panta (PP), não pode ser mais candidato. É o contrário de João Pessoa, onde Cícero Lucena (PP) tentará a reeleição.
Uma eventual saída de Nilvan seria positiva, também, para os deputados Cabo Gilberto (federal) e Wallber Virgolino (estadual). Os dois compuseram o ‘triunvirato’ e prometiam bater de frente com a direção estadual do PL. Além disso, não seguiriam o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a Queiroga. E essa é uma situação que poderia trazer prejuízo aos dois. A história recente mostrou que os bolsonaristas que romperam com o grupo, em todo ou em parte, sofreram revezes nos pleitos seguintes. E isso é uma coisa que ninguém, entre os bolsonaristas, quer pagar para ver.
Mas o maior beneficiado de todos, caso a proposta seja aceita por Nilvan, é o ex-ministro. Isso porque Queiroga é o ungido por Bolsonaro para a disputa eleitoral em João Pessoa, mas a preço de hoje, se decidir atravessar sozinho o Mercado Central, ele corre o risco de não ser reconhecido. Para reverter a questão, vai precisar de uma campanha massiva do partido e seus apoiadores – quiçá, até de Nilvan. O racha, por outro lado, faria com que o eleitorado fosse dividido. Isso mesmo levando em consideração que o eleitor de Nilvan Ferreira seja heterogêneo.
Todas essas consequências poderão ser resultado de um eventual sim de Nilvan. Acontece que essa resposta, por enquanto, nem ele tem.
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