Executivo
Debate na TV Cabo Branco foi marcado mais pela troca de acusações que por proposições
28/10/2022 08:24
Suetoni Souto Maior
João Azevêdo e Pedro Cunha Lima no debate da TV Cabo Branco. Foto: Reprodução

Quem acompanhou o debate da TV Cabo Branco, nesta quinta-feira (27), e buscava ouvir propostas, certamente saiu desapontado. Algo de muito esquisito ocorre neste formato de confronto de ideias não apenas na Paraíba. Os postulantes têm priorizado os ataques aos adversários, ao invés de apresentar propostas sobre o que pretendem para a gestão. É como se o ódio externado nas redes sociais tomasse conta, também, do debate televisivo. Você até houve propostas, mas elas não são o “prato principal” do confronto.

Durante o debate, o deputado Pedro Cunha Lima (PSDB) foi cobrado pelo governador João Azevêdo (PSB) por causa da votação favorável à cobrança por cursos nas universidades federais. Isso foi usado pelo gestor como prova de que o parlamentar/candidato é favorável à privatização das universidades. Pedro rebateu acusando o postulante de gastar mais com o financiamento da Assembleia Legislativa que com a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). E depois de negativas de lado a lado, ambos partiram para o debate sobre corrupção.

Enquanto Pedro recorreu às delações da ex-secretária Livânia Farias, sobre suposto “mensalão” pago a João a eleição de 2018, o governador atacou com a informação de pagamento de propina denunciado pela mesma operação a um sócio do tucano, feita supostamente no escritório dos dois. À acusação de ter se beneficiado de corrupção eleitoral, o socialista puxou da cartola que o pai do candidato do PSDB, o ex-governador Cássio Cunha Lima, foi cassado justamente por acusação de conduta vedada e também teria sido acusado do recebimento de propina da Odebrecht.

Sobre os fatos, Pedro pediu para não confundir e disse que o candidato era ele. Assim como João Azevêdo procurou se afastar das denúncia relacionadas à Calvário. Quando o tema foi para a gestão, ambos recorreram ao histórico de mandatos. O tucano acusando o socialista de ser lento, de não conduzir as obras com celeridade. A mesma pecha foi lançada por João em relação às gestões novamente do pai de Pedro.

No meio do debate, mudei de canal para ver um pouco do confronto entre os ex-ministros Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (PTB) pelo governo de São Paulo. Devo ter perdido coisas importantes neste intervalo em relação à Paraíba, mas valeu a pena. O debate lá foi de longe mais qualificado e não é crítica à capacidade dos postulantes paraibanos, mas à estratégia adotada pelos dois. No caso paulista, apesar do recheio de denúncias, havia maior profundidade no confronto de ideias propositivas. Algo assim precisa ser observado pelos postulantes paraibanos.

Bem, observada a arena local, vamos hoje para o debate nacional.

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