A semana não tem sido fácil. O repique do carnaval, com a elevação dos casos da Covid-19, previsto pelas autoridades, tem mostrado sua face mais dura. Nesta semana perdi dois grandes amigos. Um deles, Orestes Brilhante, conheci quando estudante da Universidade Federal da Paraíba, na década de 1990. O outro, o professor Luiz Júnior, também da UFPB, conheci quando ele atuava como secretário de Educação de João Pessoa.
Lembro dos dois pelo riso largo e o bom humor constante. Orestes tinha um perfil de quem temia os males do mundo. Certamente não imaginava que um deles o levaria à morte de forma tão precoce, aos 46 anos. Já Luiz Júnior se mostrou sempre aquela figura idealista, cheio de projetos. Ainda tentou se tornar reitor da UFPB, mas não conseguiu. A morte dos dois, para mim, serve como uma pancada do destino.
Luiz Júnior passou 30 dias na UTI de um hospital de João Pessoa. Orestes faleceu poucos minutos depois de ser intubado. O destino dos dois foi similar ao de 4.588 outros paraibanos que não resistiram à pandemia. O número, até que chegue a vacina para todos, tende a ser muito maior. E tudo isso ocorre no momento em que o negacionismo sobre os riscos continua em alta da maior à menor das esperas da sociedade.
Na Paraíba, 30 mortes foram contabilizadas nesta quarta-feira (4). O número é similar ao dos dias anteriores. O caminho para superar a crise é, mais uma vez, tomar cuidado. Buscar o isolamento social e não se expor. A economia é importante, o trabalho é importante, mas nada disso vale a pena se não houver vida.