Executivo
Com Romero no horizonte, só uma DR monumental resolveria desgaste da relação entre João e Veneziano
26/10/2021 21:29
Suetoni Souto Maior
No passado: Veneziano Vital e João Azevêdo durante solenidade do governo do Estado. Foto: Divulgação/Secom-PB

A relação do governador João Azevêdo (Cidadania) com o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) já viveu dias melhores. O cenário, hoje, é de desconfiança entre as partes, apesar de alguns bombeiros terem sido escalados para reconstruir pontes. O esmorecimento da relação ocorre no mesmo momento em que o ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), busca uma aproximação com o chefe do Executivo estadual. É o mesmo Romero que fazia oposição ferrenha até bem pouco tempo e fazia planos para a disputa do governo do Estado e que, agora, vê o sonho mais distante.

O que afasta Veneziano e o que aproxima Romero de João é a mesmíssima coisa: a esperança de ocupar o espaço de vice na chapa majoritária que deve ser encabeçada pelo gestor. O senador queria ver a mulher, Ana Cláudia, como suplente do governador na eleição de 2022. Mais recentemente, com a relação com o gestor abalada, há quem defenda no staff do emedebista até que ele busque o espaço de vice, abrindo mão do Senado em favor de Ney Suassuna, o primeiro suplente. Já Romero faz o caminho de abrir mão da candidatura majoritária também buscando o espaço de vice.

É bem verdade que tanto Veneziano quanto Romero teriam condições de colocar o bloco na rua para disputar as eleições como cabeça de chapa. O problema é que ambos teriam dificuldade de construir estrutura financeira e de apoios para pavimentar uma eventual vitória. Essa é uma realidade bem própria dos tempos atuais, quando a legislação proíbe o financiamento privado de campanha. Com isso, quem está no poder dá passos largos na hora da disputa eleitoral, a menos que tenha uma gestão extremamente mal avaliada. Romero, por exemplo, não tem em quem se apoiar para a disputa.

Daí, a gente vai para o particular. Veneziano, em tese, teria melhores condições de brigar pelo posto de vice ou para emplacar Ana Cláudia. Acontece que as pessoas que cercam o governador entendem que o senador queimou a largada e criou animosidade dentro da base aliada. Dizem que ele fez movimentos para fragmentar a base, procurou o ex-presidente Lula (PT) em busca de apoio e teria protagonizado uma saia justa para o governador durante evento em Campina Grande. Um aliado do governador questiona: “primeiro, quem atirou a primeira flexa? Segundo, houve algum desmentido de que ele é candidato a governador?”

Já Romero Rodrigues amenizou o tom das críticas ao governador e vem trabalhando em busca de uma aproximação. Espera um sinal de fumaça do mandatário para se aproximar. Uma eventual adesão deve precipitar o racha na oposição, principalmente no grupo político com laços sanguíneos. Romero e o ex-senador Cássio Cunha Lima (PSDB) há muito se tratam com desconfiança. O tucano até fez um ato para anunciar o apoio do PSDB à candidatura do primo. Apesar disso, sem a estrutura necessária para viabilizar o palanque, o ex-prefeito está em vias de apenas abdicar do apoio.

Só tem um problema para Veneziano e Romero: quem ficar ou vier para a base de apoio, fará isso sem a garantia de espaços…

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