Um casarão no Centro de João Pessoa vai abrigar o primeiro museu canábico do Brasil. Nele, o visitante terá acesso a fotos, recortes históricos de jornais e revistas, equipamentos do século passado, espaços interativos e salas de projeção. É um espaço voltado para desmistificar preconceitos sobre a cannabis e explicar suas propriedades curativas. A iniciativa é da Associação Brasileiro de Apoio Cannabis Esperança (Abrace), ONG de vanguarda que milita pelo uso da maconha medicinal no país. O objetivo é jogar luz sobre um tema que merece ser discutido.
A ideia, para isso, é contar a história da cannabis no mundo, desde o cânhamo produzido nas sociedades antigas, passando pelo seu uso farmacêutico nos EUA, no século 19, até a repressão e chegando às recentes legislações de descriminalização. No Brasil, o marco é o ano de 2014, quando houve a primeira autorização para importação de CBD para fins medicinais, época que marcou o surgimento da Abrace, que completa nove anos na última quinta (20), e de outras associações pelo país. Neste período de história, a entidade chegou até a ser alvo de uma atrapalhada operação da Polícia Militar.
Atendendo a uma denúncia falsa, a PM mobilizou um grande contingente e até uma aeronave para fazer a prisão do suposto criminoso, que estaria plantando e tratando maconha para a venda. Só que o referido plantio, localizado no bairro dos Ipêsm era para fins medicinais. Durante a operação, os policiais chegaram a entrar na sede da Associação e tentaram deter um funcionário, que só não foi preso porque se identificou apresentando a documentação que comprovava a autorização judicial para plantio e manuseio da maconha, além da produção de medicamentos e fornecimento deles pela associação.
“A canabis é usada de forma medicinal desde 1864. Nos EUA, frascos de óleo eram vendidos nas farmácias, com prescrição médica, para tratamento de insônia, inapetência, cólicas etc. E séculos antes, os caules da maconha eram esmagados para produção de fios de cânhamo, usados até nas velas das caravelas portuguesas. Sem a maconha, não teria existido a colonização”, explica Cassiano Gomes, fundador e diretor executivo Abrace.
Entre os itens que estarão expostos no Museu Brasileiro da Cannabis há réplica da máquina antiga de produção de cânhamo e antigos frascos medicinais vendidos nas farmácias americanas. O acervo, que continuará sendo construído, diz Gomes, conta também com recortes históricos de jornais, de revistas, cartazes de filme e fotografias do século passado. Tudo relacionado à cannabis.
Com informações de O Globo
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