Executivo
Briga de facções por território teria motivado ataque a ônibus que resultou na morte de motorista
31/07/2023 17:49
Suetoni Souto Maior
Bandidos botaram fogo em ônibus e queimaduras acabaram resultando na morte do motorista. Foto: Divulgação

A Paraíba acompanhou, ao longo de 11 dias, a luta de Silvano da Silva pela vida. Internado no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa desde o dia 18, a agonia dele durou até o último sábado (29), quando faleceu. Ele era motorista do ônibus da linha 600, que liga o bairro do Varadouro ao Bessa, e que foi atacado por criminosos. O grupo armado obrigou o motorista e cinco passageiros a se deslocarem para a parte de trás do ônibus e ateou fogo no veículo. Silvano teve queimaduras em 54% do corpo e agonizou por dias até vir a óbito. Mas alguém consegue imaginar o porquê do ataque?

Não era protesto da comunidade, não era insatisfação com a qualidade do transporte coletivo, nem tampouco cobrança por melhorias na comunidade. As garrafas de combustíveis atiradas no veículo, seguidas das chamas, teriam o único objetivo de provocar terror. A principal linha de investigação das polícias civil e federal é a de que o crime foi posto em prática como parte de uma briga por território, encampada por membros de facções que lutam para expandir suas respectivas áreas destinadas ao tráfico de drogas em João Pessoa.

Durante entrevistas concedidas pelo secretário de Segurança da Paraíba, Jean Nunes, ele evitou dar detalhes, mas disse ao ser questionado sobre o assunto que “a Paraíba não é uma ilha”. Em linhas gerais, a intenção foi dizer que o mesmo vento que sopra em estados como Rio ou São Paulo, é sentido na Paraíba, em Pernambuco, no Rio Grande do Norte…

Das investigações, saíram as pistas para que se chegasse a um dos suspeitos. Foi preso Antônio Gomes da Silva, conhecido como ‘Índio’, que acabou sendo solto após a audiência de custódia no último sábado. O status mudou nesta segunda-feira (31) com a morte de Silvano da Silva e a consequente volta de Gomes voltou para a cadeia. A polícia agora espera chegar a outros suspeitos.

O que fica claro, após os acontecimentos recentes, é que as brigas de facções não são uma realidade apenas nos grandes centros. E o que assusta é que naquele momento a vítima poderia ser qualquer um de nós.

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