Executivo
Ao PP, Bolsonaro diz que não volta ao PSL porque Julian Lemos chamou filho de “Carluxa” e “poodle”
31/05/2021 08:16
Suetoni Souto Maior
O presidente Jair Bolsonaro aponta o deputado federal paraibano Julian Lemos como motivo para ele não retornar ao PSL.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem encontrado dificuldades para encontrar um partido para chamar de seu. Eleito pelo PSL e rompido com a sigla um ano depois, ele busca uma agremiação para filiar seu grupo político, visando o pleito do ano que vem. “Apaixonado” pelo PP, ele tem ouvido do senador Ciro Nogueira (PI) e do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), principais lideranças do partido, conselhos para retornar ao PSL, segundo O Globo. O presidente, no entanto, coloca o deputado federal paraibano Julian Lemos (PSL) como entrave.

Em conversa com Arthur Lira, Bolsonaro apresentou o ex-coordenador da campanha eleitoral dele no Nordeste, em 2018, Julian Lemos, como um problema. Lemos rompeu de forma definitiva com a família Bolsonaro, na avaliação do próprio presidente, após chamar o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) de “poodle” e “Carluxa”. O tema, inclusive, era comentado anteriormente dentro do PSL, mas agora é exposto abertamente pelo presidente para outras lideranças políticas.

Sempre que confrontado com as palavras de Bolsonaro, Julian Lemos expõe sua perplexidade diante da situação. Ele lembra que foi alvo de acusações injustas, feitas pelo filho do presidente em 2019. O paraibano também diz que se manteve fiel a Bolsonaro depois da eleição vitoriosa de 2018, mas não aceitou tentativas de humilhá-lo, vindas da “família presidencial”. Algo na linha do que ocorreu com o ex-ministro Gustavo Bebiano, falecido em 2019. “Nunca aceitei que passassem por cima da minha dignidade”, diz Lemos.

Lemos também questiona o caráter republicano do impedimento apresentado pelo presidente para não retornar ao PSL. “Você tem o partido com a maior estrutura, com verba para a campanha e coloca tudo por terra porque o filho foi chamado de Carluxa?”, questiona, sem esconder a perplexidade com o assunto. O tema inclusive já foi exposto para o presidente do partido, o deputado federal Luciano Bivar (PE), que optou pelo paraibano no embate com o presidente da República.

Talvez o não esforço do PSL para ter de volta o presidente se apoie nos mesmos pontos que têm feito outras siglas maiores fugirem: o abalo na expectativa de poder do presidente para as eleições e o fato de ser mais vantajoso eleger deputados e senadores. Isso porque a bancada federal é revertido em verba para o partido para as disputas eleitorais. Este último tem sido o argumento utilizado por Ciro Nogueira para desestimular o presidente na tentativa de se filiar ao partido. Ele alega que as eleições majoritárias não são prioridade para o PP.

Estima-se que a recuperação dos direitos políticos pelo ex-presidente Lula (PT) também tenha estimulado muito essa debandada de apoios prévios ao presidente Jair Bolsonaro. O petista, hoje, já lidera todas as pesquisas eleitorais visando o pleito do ano que vem.

Quer receber todas as notícias do blog através do WhatsApp? Clique no link abaixo e cadastre-se: https://chat.whatsapp.com/LjSHneKlLUKKzBM0oa0Lpd

Palavras Chave