Executivo
Adiamento de definição do PT sobre disputa em João Pessoa favorece tese de aliança com Cícero
06/05/2024 13:49
Suetoni Souto Maior

O Partido dos Trabalhadores decidiu, mais uma vez, não decidir sobre o papel da sigla nas eleições deste ano, em João Pessoa. A agremiação está dividida entre as candidaturas próprias de Cida Ramos ou Luciano Cartaxo ou uma composição com o atual prefeito, Cícero Lucena (PP). A definição ocorreria durante reunião da Executiva Nacional, nesta segunda-feira (6), mas o tema foi retirado de pauta e enviado para análise, mais uma vez, do Diretório Nacional. A próxima reunião do grupo está prevista para ocorrer no fim do mês, em data a ser confirmada.

A decisão preocupou o Diretório Municipal do partido, comandado por Marcos Túlio. E tem motivo para isso: quanto mais demora para que haja uma definição, mais difícil fica dar viabilidade a uma postulação própria. Isso ocorre porque, hoje, praticamente todos os partidos do campo progressista já estão alinhados com o prefeito Cícero Lucena. A lista inclui PCdoB e PV, que integram a Federação Brasil da Esperança junto com o Partido dos Trabalhadores. A decisão frustrou a militância ligada a Cida e a Cartaxo, que esperava maior celeridade na definição.

A composição com Cícero Lucena serve ao propósito do partido de tentar frear o crescimento da extrema-direita em João Pessoa. O susto foi vivido em 2022, quando o presidente Lula (PT) foi o mais votado na capital paraibana por uma pequena margem de votos. Antes disso, os candidatos petistas encontravam grande facilidade nas disputas na cidade. Foi assim com Lula, em 2002 e em 2006. Depois com Dilma Rousseff, em 2010 e em 2014. O partido perdeu com Fernando Haddad em 2018 e venceu por pouco com Lula em 2022.

O presidente estadual do PT, Jackson Macedo, tem dado declarações na linha de que uma eventual composição entre PT e PP no primeiro turno, em João Pessoa, eleva as chances de vitória do grupo no primeiro tuno. O PL do ex-presidente Jair Bolsonaro é representado, na capital, pelo ex-ministro Marcelo Queiroga (Saúde). Ele terá, possivelmente, o pastor Sérgio Queiroz (Novo) como vice na chapa. Apesar de pouco conhecido, a tendência é que o postulante consiga parte do espólio do bolsonarismo na cidade. Tudo isso será levado em conta na decisão do PT. Resta esperar.

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