Executivo
51% dos eleitores querem Bolsonaro inelegível por oito anos. 45% são contra, revela Datafolha
04/04/2023 07:17
Suetoni Souto Maior
Jair Bolsonaro durante entrevista coletiva sobre derrota nas urnas neste ano. Foto: Reprodução

A pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha, nesta semana, mostra que mais da metade dos eleitores entendem que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria ficar inelegível por sua campanha contra as urnas eletrônicas. O ex-mandatário é alvo de Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que podem afastá-lo das urnas por oito anos, caso seja condenado. O percentual da população que concorda com essa máxima representa 51% do total, praticamente o mesmo percentual de votos conquistados pelo presidente Lula (PT), que venceu Bolsonaro nas urnas.

Em sentido contrário, outros 45% acreditam que ele é inocente e deveria ser poupado pelo TSE. A percepção é o retrato da divisão do país, após uma eleição com resultado apertado no ano passado e também resultado das revelações de tramas como a ‘minuta golpista’ descoberta com o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. A pesquisa foi realizada entre os dias 29 e 30 de março, período em que o ex-presidente estava retornando ao Brasil depois de 90 dias nos Estados Unidos. Bolsonaro trabalha para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro desde que tomou posse, em 2019.

Não souberam avaliar a questão estimulada pelo Datafolha 4% dos 2.028 ouvidos. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. A previsão é que pelo menos um dos processos contra o ex-presidente seja julgado até o mês de maio.

Nos meios políticos e jurídicos, há a avaliação de que o ex-presidente corre grande risco de ser condenado ao menos em 1 das 16 ações que correm contra si no Tribunal Superior Eleitoral. É aquela proposta pelo PDT que coloca no centro da discussão a reunião que Bolsonaro promoveu com embaixadores estrangeiros em julho do ano passado.

No encontro, ele desfiou seu rosário conspiratório contra a segurança das urnas eletrônicas, repassando argumentos falsos que já havia apresentado diversas vezes, como no caso de uma live em que dizia provar a fragilidade do mecanismo utilizado sem registro de problemas graves no Brasil desde que começou a ser usado em 1996.

Esta é a parte mais tangível das ameaças à democracia estimuladas pelo ex-presidente ao longo de seus quatro anos no poder.

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