Executivo
Vereador que atacou nordestinos chora e pede desculpas após expulsão do partido, abertura de processo de cassação e rejeição da mulher
03/03/2023 14:24
Suetoni Souto Maior
Sandro Martinel insinuou que não existia trabalho escravo nas lavouras e desdenhou dos trabalhadores baianos. Foto: Divulgação

O vereador Sandro Fantinel, de Caxias do Sul (RS), apareceu em vídeo nesta quinta-feira (2) chorando e pedindo desculpas pelos ataques xenofóbicos aos baianos e aos nordestinos como um todo, feitos dois dias antes. Mergulhado em lágrimas, o parlamentar (pouco afeito à concordância verbal) disse que a mulher dele só chora e anda falando em separação, que os pais idosos só choram, que o filho tem medo de ir à faculdade. Em nada lembra o valentão que, da tribuna, na terça-feira (28), bradou contra os trabalhadores baianos resgatados de uma situação de semiescravidão em vinícolas de Bento Gonçalves, no mesmo Estado.

Veja o vídeo:

O cordeirinho arrependido de agora em nada lembra o valentão que se referiu aos nordestinos com tom carregado de desdém se referindo a eles como “aquela gente do Norte” e desmereceu as denúncias de trabalho escravo nas vinícolas. O que mudou de lá para cá? Aconteceu o mesmo roteiro enfrentado por todo racista que tem sua fala exposta nacionalmente. Em um primeiro momento, ele disse que as declarações dele foram retiradas do contexto. Depois, que é casado com uma mulher que descende de africanos e, por último, após uma série de fatos negativos, veio a público para pedir desculpas e reconhecer que errou.

Veja o vídeo que originou a polêmica:

O que aconteceu desde então é que o vereador foi expulso pelo partido Patriota, teve o pedido de cassação do mandato aprovado pela Câmara e alega que os familiares passaram a sofrer ameaças. “Tenho muito apreço ao povo Baiano e a todos do norte/nordeste do nosso país”, disse em nota oficial nas redes sociais, dois dias depois de, na terça-feira, ter defendido que baianos não fossem mais contratados pois sua cultura era “viver na praia tocando tambor”. De acordo com ele, as declarações aconteceram “num momento de lapso mental”.

“Proferi palavras que não representam o que penso e sinto pelo povo da Bahia e do norte/nordeste (…) somos todos iguais e estou profundamente arrependido”. Difícil é ele convencer alguém disso.

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