O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anda de saco cheio com os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); do Paraná, Ratinho Júnior (PSB), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), pela insistência deles na tentativa de culpar o presidente Lula (PT) pelo tarifaço ameaçado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nas redes sociais, neste domingo (27), o parlamentar criticou falas dos gestores em evento promovido pela XP Investimentos, quando tentaram colocar na conta do potencial adversário nas eleições do ano que vem a responsabilidade pelas sanções do gestor norte-americano.
Trump ameaça taxar em 50% as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto usando a narrativa mentirosa de desvantagem na balança comercial, mas sobretudo pela questão política. O que leva para Eduardo Bolsonaro a razão nos argumentos de que, efetivamente, a motivação das sanções é salvar Jair Bolsonaro (PL). O norte-americano, de fato, nas cartas enviadas ao Brasil, usa como bandeira o processo judicial que fatalmente levará o ex-presidente para a cadeia por ter tramado, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), um golpe de estado para se manter no poder, após a derrota nas urnas nas eleições de 2022.
Em sua conta no X, o Eduardo Bolsonaro compartilhou um trecho da palestra de Ratinho Jr, na qual ele afirmou que “o ex-presidente Jair Bolsonaro não é mais importante que a relação comercial entre os EUA e o Brasil”. Eduardo respondeu ao governador dizendo que Trump publicou posts, enviou cartas e fez declarações para a imprensa “defendendo nominalmente o fim da perseguição a Bolsonaro e seus apoiadores”. “Desculpe-me governador, mas ignorar esses fatos não vai solucionar o problema, vai apenas prolongá-lo ao custo do sofrimento de várias brasileiros”, escreveu.
Veja:
Eduardo, assim como a família Bolsonaro como um todo, tem demonstrado grande orgulho por sua obra: ver o país tomado de assalto por uma potência estrangeira. Ele já disse, anteriormente, que se vir o país como terra arrasada por causa das decisões do Supremo, pelo menos se sentirá vingado. Esta linha é similar à que foi seguida pelos governadores no início da crise, mas eles acabaram recuando quando viram o prejuízo eleitoral das declarações. Tarcísio e Zema, por exemplo, silenciaram depois de ensaiarem uma defesa da chantagem norte-americana.
Eduardo, não. Ele tem convicção no que tem buscado: quer evitar a prisão do pai. Se ela não vier, quer a destruição do país. O movimento dele também tem o objetivo de abater, em terra, a tentativa de voo dos governadores bolsonaristas, que sonham com o espólio eleitoral do capitão reformado do Exército em uma eventual disputa presidencial. O parlamentar se aproveita, para isso, do apoio de um surpreendente contingente da população brasileira que aceita, em corar, ver a pátria de joelhos, desde que seja por vingança, por não aceitar os princípios democráticos.
O que temos visto em outros países, inclusive mais ricos que o Brasil, é que Tump tem usado o poderio econômico para dobrar todo mundo, vendendo caro os acordos. E fará isso por aqui, usando Bolsonaro como estandarte. No final, conseguirá seu intento econômico, arruinando a Embraer e o agronegócio (inclusive o simpático ao ex-presidente), por serem dos poucos setores do país capazes de competir com empresas dos Estados Unidos. Fará isso sem evitar a prisão de Bolsonaro e aí, sim, a obra estará completa.
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