O ministro paraibano Marcelo Queiroga (Saúde) deverá ser indiciado pela CPI da Pandemia do Senado. Os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito aprovaram nesta quinta-feira (7) a terceira convocação do auxiliar do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para prestar depoimento na comissão. A última ação atribuída ao ministro e que irritou os senadores foi o adiamento da reunião da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que votaria relatório que indica a ineficácia do “kit Covid”, dependido pelo presidente.
“Já tivemos acesso a tanta coisa do ministro da Saúde… A sua conversão ao negacionismo, as mentiras repetidas nas duas vezes em que esteve aqui, a suspensão da vacina a adolescentes sem comorbidades, que foi revertida graças à CPI e à sociedade… Ele já produziu motivos, provas e indícios para ser exemplarmente indiciado”, disse o relator da CPI, Rena Calheiros (MDB-AL). Os senadores entendem que o adiamento ocorreu para a decisão do colegiado não saia em data próxima do relatório da CPI da Pandemia, o que serviria de atestado de suposto crime do presidente. O mandatário é o principal defensor do uso da cloroquina.
Queiroga chegou ao governo no momento de maior crise por causa do crescimento exponencial das mortes pela Covid-19. Coube a ele concluir o processo de compra das vacinas, atitude que acabou melhorando o quadro sanitário. Apesar disso, as posições do ministro passaram a ser questionadas mais recentemente sob acusações de ter se convertido ao que eles chamam de negacionismo do presidente Jair Bolsonaro. Em viagem a Nova York, no mês passado, Queiroga testou positivo para a Covid e teve que fazer quarentena no país norte-americano. Lá, inclusive, chegou a se indispor com manifestantes.
A polêmica ganha atenção dobrada por causa do escândalo envolvendo a Prevent Senior. A seguradora é acusada de ter imposto o ‘kit covid’ para médicos associados para ser usado nos pacientes. Além disso, as suspeitas são de que a seguradora de saúde alterava os atestados de óbito para não inserir a causa de morte pela Covid-19.
A notícia chega, também, no momento em que o ministro enfrenta uma batalha interna no Ministério da Saúde. Informações de bastidores dão conta de que a secretária Mayra Pinheiro (Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde), conhecida como “Capitã Cloroquina”, tem agido para derrubar o ministro do cargo.
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