O deputado federal Romero Rodrigues (Podemos) tratou como “infeliz” o comentário postado pelo presidente estadual do PSDB, Pedro Cunha Lima, na semana passada, sobre foto em que o deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB) aparece apertando a mão do governador João Azevêdo (PSB). Em post feito e apagado pouco depois, o dirigente tucano escreveu: “A política e suas decepções”. Ele se desculpou em seguida, classificou de exagerada a postura, e buscou passar uma esponja sobre o assunto, o que claramente não aconteceu.
Durante entrevista à rádio CBN, nesta segunda-feira (16), Romero Rodrigues comentou o assunto, seguindo linha discursiva parecida com a de Tovar, exposta após o episódio na semana passada. Naquele momento, o deputado estadual cobrou “grandeza” diante do fato. O deputado federal, neste caso, foi mais cirúrgico e pediu alinhamento entre discurso e prática. “É uma observação que faço. É um equívoco profundo. Se fala tanto em nova política… e acontece com todo mundo, não é só Pedro”, disse Rodrigues.
O que se tem para hoje, sobre essa questão, é o sentimento de que o centro de poder no clã Cunha Lima está se fragmentando de forma gradativa. Isso vem sendo acentuado desde as eleições de 2020. Alguns ingredientes precisam ser considerados para esta constatação. O primeiro deles diz respeito à relação de Romero Rodrigues com Brunho Cunha Lima. A passagem de bastão do primeiro para o segundo, no comando da prefeitura de Campina Grande, aconteceu em clima amistoso, mas o quadro foi se degradando aos poucos.
Sobraram queixas de abandono e ingratidão, todas ditas nos bastidores por aliados de Romero em relação a Bruno. A coisa piorou com a chegada do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) ao grupo, primeiro como aliado de Pedro nas eleições do ano passado e, posteriormente, com aproximação em relação a Bruno. Acontece que o parlamentar é adversário histórico de Romero, que hoje faz caminho de aproximação do governador João Azevêdo.
E se a aproximação entre Bruno e Veneziano traz desconfortos para Romero, a aproximação entre este último e João Azevêdo traz profunda chateação a Pedro. O dirigente, por tabela, critica Tovar, que é bastante próximo de Romero. Os discursos dos últimos dias mostram que a ferida está aberta e que nem uma “Discussão da Relação (DR) dá jeito.
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