Executivo
Republicanos não descartam diálogo com Aguinaldo sobre apoio para o Senado, mas impõem condições para aliança
02/04/2022 19:46
Suetoni Souto Maior
Aguinaldo Ribeiro também é o relator da reforma tributária na Câmara. Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados

As principais lideranças do Republicanos, na Paraíba, reagiram neste sábado (2) às cobranças do deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP) por unidade na base aliada do governador João Azevêdo (PSB). A cobrança do progressista é fácil de entender: o parlamentar ganhou a queda de braço com o deputado federal Efraim Filho (União Brasil) pela indicação do gestor para compor a vaga de senador na chapa majoritária. Acontece que Efraim preservou a promessa de voto dos governistas, mesmo migrando para a base de apoio ao deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB), virtual adversário de João Azevêdo na corrida eleitoral.

Aguinaldo Ribeiro, por isso, cobra que o governador convença os parlamentares do Republicanos a votarem fechado em toda a chapa, caso ele aceite disputar o Senado. Acontece que apesar de a cobrança parecer lógica, essa costura não será simples. Em contato com o blog, vários deputados estabeleceram um passo a passo que, segundo eles, se for seguido por Ribeiro, a sonhada unidade será tirada do papel. Eles recorrem à experiência das últimas disputas eleitorais para o Senado, na Paraíba, nas quais, segundo eles, a figura do governador como grande articulador dos apoios perdeu a relevância.

A primeira exigência feita pelos deputados do Republicanos é que Aguinaldo anuncie que é candidato ao Senado. Depois disso, reúna o partido comandado por ele, o PP, para cobrar apoio fechado no governador. Citam que a maioria dos parlamentares do partido, na Assembleia Legislativa, não vota em João Azevêdo. Entre os exemplos são citatos Jane Panta, de Santa Rita, e Doutora Paula, de Cajazeiras. As duas, eles reforçam, não dão o indicativo de que votam no governador. Há cobranças, também, sobre Galego de Souza.

Depois de garantir a unidade do partido, as lideranças do Republicanos esperam ser procuradas por Aguinaldo para dialogar sobre o apoio nas eleições deste ano. Eles alegam que isso foi feito por Efraim Morais, que assumiu compromissos com o grupo, inclusive prevendo a divisão do seu espólio. Os deputados sustentam que essa equação não será resolvida pelo governador. Dizem, com isso, que essa não é uma tarefa que caiba a ele.

Aguinaldo Ribeiro chegou para a composição com o governador, neste ano, com credenciais para assumir a vaga de senador na majoritária. Ele tem o apoio do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), comandante da principal cidade do Estado. Também exerce substancial influência sobre quatro partidos, que poderá ou não colocar à disposição do governador. Mas o maior desafio que ele terá pela frente, ao que parece, será mesmo conseguir o apoio do Republicanos.

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