Judiciário
Rejeição de embargos pelo Supremo aproxima Bolsonaro do regime fechado na Papuda
08/11/2025 08:56

Suetoni Souto Maior

Jair Bolsonaro em audiência com Alexandre de Moraes. Foto:

“Estamos preparando Vossas acomodações, Excelência”, diz um verso da música Vossa Excelência, cantada por Paulo Miklos, do Titãs. Ela fala de políticos que vão parar atrás das grades, em poesia que hoje retrata a peleja do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado por ter tramado um golpe de estado. Auxiliares do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), já visitaram celas do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, provável destino do ex-gestor após esgotadas as possibilidades de recursos.

Nesta sexta-feira (7), o Supremo colocou mais um tijolinho na obra que deve pavimentar o caminho do ex-presidente até a prisão. Os embargos de declaração dele e de outros seis acusados de envolvimento no núcleo crucial da trama golpista foram rejeitados por unanimidade. Primeiro votou o relator, Alexandre de Moraes, e ele foi seguido pelos ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino. Todos votaram pela derrubada dos embargos. De saída da turma, Luiz Fux, o único a favor de inocentar Bolsonaro, ficou sem votar.

Os quatro ministros que votaram consideraram os embargos meramente protelatórios. Apesar de todos terem se apressado em se pronunciar no primeiro dia, o julgamento no Plenário Virtual vai até o dia 14. Até lá, qualquer um deles pode alterar a votação. Depois disso, abre-se o espaço para novos recursos, mas sem a certeza de que após o dia 17, com a publicação do acórdão, Alexandre de Moraes não determine o cumprimento imediato da pena. Bolsonaro, hoje, está em prisão domiciliar, pelo alegado risco de fuga.

Além de Bolsonaro, também houve maioria nesta sexta-feira para rejeitar recursos dos ex-ministros Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) e Walter Braga Netto (Casa Civil e Defesa), o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos e o deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem. Dificilmente algum deles terá destino diferente do capitão reformado do Exército.

Bolsonaro é o quarto ex-presidente brasileiro preso desde a redemocratização. Antes dele, vieram Fernando Collor, Michel Temer e Lula, este último atual presidente da República.

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