Executivo
PT e MDB marcam para segunda-feira anúncio conjunto das pré-candidaturas de Veneziano e Ricardo Coutinho
19/02/2022 18:13
Suetoni Souto Maior
Veneziano e Ricardo terão os nomes lançados para a disputa das eleições. Foto: Divulgação

Prego batido e ponta virada. O PT e o MDB marcaram para segunda-feira, às 9h, o lançamento conjunto das candidaturas do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) para a disputa do governo do Estado e do ex-governador Ricardo Coutinho (PT) para o Senado. A definição ocorre em meio a um racha que permeia os dois partidos, com lideranças refratárias à candidatura própria e que preferiam uma composição com o governador João Azevêdo (Cidadania). As articulações ocorrem no momento em que o gestor também faz movimento para deixar o atual partido.

O evento de lançamento das pré-candidaturas ocorre no Sindicato dos Bancários, em João Pessoa, como o antecipado pelo blog. A composição é fruto de uma longa articulação encabeçada, no PT, pelo presidente estadual da sigla, Jackson Macedo, e por Ricardo Coutinho. Os dois trabalham agora para garantir que o palanque do ex-presidente Lula, na Paraíba, tenha apenas Veneziano como protagonista. Uma ala significativa do partido, puxada, entre outros, pelo deputado estadual Anísio Maia, defende que a agremiação siga com o governador João Azevêdo na disputa. A tese é a de que haja pelo menos palanque duplo.

Do lado do MDB, o ponto dissonante está por conta da família Paulino. Atualmente, o ex-governador Roberto Paulino ocupa o cargo de secretário chefe de Governo. Já o deputado estadual Raniery Paulinho participou da reunião interna que definiu a pré-candidatura de Veneziano e se posicionou contrário ao projeto próprio do partido. Apesar da discordância, ele recebeu convite para permanecer na sigla, mas ainda não deu resposta definitiva sobre o assunto. Ele poderá aproveitar a janela partidária, em março, para trocar de partido. A posição, ele reforça, se deve à palavra empenhada com João Azevêdo anteriormente.

Raniery aponta ainda como dificuldade para seguir com o projeto do MDB o fato de o partido projetar o apoio ao ex-governador Ricardo Coutinho, adversário histórico da família Paulino. É possível que eles sigam outros dissidentes dispostos a acompanhar o governador João Azevêdo na provável migração para o PSB. A mudança se dará pelo fato de o Cidadania ter firmado neste sábado a construção de uma federação com o PSDB, no plano nacional. O fato, no entanto, impõe o alinhamento nos estados, o que dificulta o futuro político do atual governador, pela impossibilidade de convivência com o grupo Cunha Lima.

A aliança do PT com o MDB, na Paraíba, não encerra o capítulo sobre a definição do palanque para o ex-presidente Lula. Apesar de grande parte dos petistas alegarem que um palanque duplo está descartado, a ida de João de volta para o PSB abre caminho para que essa possibilidade seja bem factível. Isso porque os socialistas estão discutindo a formação de uma federação com o PT. Se ela for confirmada, é improvável que haja palanque único. Mas este é um capítulo cujo roteiro ainda está sendo escrito.

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