O primeiro debate da TV paraibana com os candidatos a prefeito de João Pessoa, o da TV Arapuan, serviu de esquenta para o curso das eleições e revelou um ponto comum aos anos anteriores: mais troca de acusações que propostas. O alvo preferido foi o prefeito Cícero Lucena (PP), fustigado pelos adversários do início ao fim do confronto. O fato de estar no comando do Executivo e liderar as pesquisas naturalmente serviu de chamariz para os ataques proferidos por Luciano Cartaxo (PT), Marcelo Queiroga e Ruy Carneiro (Podemos), por vezes com dobradinha dos dois últimos.

Cícero respondeu com questionamentos sobre a destinação, por Ruy Carneiro, de R$ 11,7 milhões para um hospital privado de Campina Grande, recurso maior que o destinado para João Pessoa. O candidato do Podemos também fez críticas aos investimentos na Saúde e no transporte público da capital.

Com Cartaxo, o embate de Cícero girou em torno das acusações de lado a lado sobre obras na cidade. O ex-prefeito alegou ter deixado mais de R$ 300 milhões em caixa e foi confrontado com acusações de um quadro de abandono em vários setores da administração pública. Citou, inclusive, a Educação, alegando que a ex-secretária da pasta foi candidata a prefeita, em 2020, e foi reprovada nas urnas.

Queiroga meteu os pés pelas mãos em certo momento usando dados da Região Metropolitana para apontar o índice de analfabetismo na capital. João Pessoa tem índice alto de analfabetismo, estimado em 6,2%, segundo o IBGE, mas abaixo dos 7,5% contabilizados quando os números são combinados com as outras cidades da região. No contra-ataque, Cícero lembrou as mortes na pandemia quando Marcelo Queiroga comandou o Ministério da Saúde.

Houve troca de acusações, também, entre Queiroga e Cartaxo, com confrontos entre os legados do presidente Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Em relação a propostas para a cidade, elas vieram de forma tímida, com o prefeito prometendo continuidade e os adversários apresentando soluções pontuais.

A troca de acusações entre os candidatos, historicamente, é eficiente na elevação da rejeição de lado a lado, mas pouco eficiente na conquista de votos.

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