O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) deu o aval para que seu colega de partido, Ricardo Ayres (TO), inicie a coleta de assinaturas para um requerimento de urgência que pode abrir caminho para um plebiscito nacional. A ideia é consultar a população, junto com as eleições de 2026, sobre a possibilidade de anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
A pergunta proposta para ir às urnas é direta:
“Você é a favor da anistia dos réus dos atos ocorridos na sede dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023?”
A resposta da população vai ditar os próximos passos da Câmara. Se a maioria votar “sim”, os deputados irão apreciar a proposta de perdão. Caso o “não” vença, o assunto será enterrado — ao menos oficialmente.
O argumento dos articuladores é simples: trata-se de um tema controverso e a decisão precisa ser da população. Na prática, o plebiscito serviria como uma blindagem política para parlamentares que não querem pagar o preço de votar diretamente a favor ou contra a anistia. Jogam para o povo uma bomba que, até aqui, tem dividido o país e o Congresso.
O movimento surge num momento em que cresce, nos bastidores, a pressão de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro para reverter as condenações impostas pelo STF. A narrativa da “perseguição” ainda é forte entre setores da direita radical, e o plebiscito pode ser a tentativa mais ousada — e institucionalizada — de reverter as penas já aplicadas.
Resta saber se o requerimento vai angariar as 171 assinaturas necessárias para tramitar com urgência. E, mais adiante, se o Congresso está disposto a colocar em votação uma pergunta que, na prática, reabre o debate sobre um dos episódios mais graves da história recente da democracia brasileira.
Quer receber todas as notícias do blog através do WhatsApp? Clique no link abaixo e cadastre-se: https://abre.ai/suetoni
22/04/2025 09:04
18/04/2025 09:44
17/04/2025 16:56