A Prefeitura de João Pessoa mantém a disposição de iniciar neste sábado (18) a vacinação dos adolescentes com idades de 12 a 17 anos. A perspectiva, segundo auxiliares, é que o prefeito Cícero Lucena (PP) defina o cronograma na tarde desta sexta-feira. O gestor se posicionou contra a decisão do Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que determinou a suspensão da imunização em todo o Brasil. O gestor lembra que há vacinação em todo o mundo para esta faixa etária. “Qual é a diferença dos adolescentes do resto do mundo para os do Brasil?”, questiona o prefeito, alegando que o Ministério precisa providenciar vacinas.
O secretário de Saúde do Município, Fábio Rocha, colocou a decisão do ministro Marcelo Queiroga, que também é paraibano, na conta de um posicionamento que foge à racionalidade. O entendimento do auxiliar do prefeito Cícero Lucena é claro: se há autorização para a vacinação de jovens com comorbidade e, por isso, com a saúde debilitada, não faz sentido algum não imunizar os saudáveis com o argumento de que há riscos à saúde. Por conta disso, ele assegura, haverá vacinação em João Pessoa a partir deste sábado.
A vacinação dos jovens de 12 a 17 anos em João Pessoa seria iniciada há uma semana, mas foi suspensa depois de recomendação do Ministério Público Federal (MPF) encaminhada ao governo do Estado. Naquele momento, o esforço da prefeitura foi voltado para a imunização de idosos e adolescentes com comorbidade. Havia a perspectiva de que a aplicação nos jovens saudáveis ocorresse já a partir desta semana, porém, a posição do Ministério da Saúde passou a ser vista como um empecílho. O posicionamento do prefeito e do secretário, no entanto, mostra que a orientação nacional será desconsiderada na capital.
O ministro Marcelo Queiroga determinou a suspensão na noite da última quarta-feira (16). Numa entrevista coletiva concedida nesta quinta, ele justificou a decisão com o argumento de que a proibição seria motivada por casos de “efeitos adversos graves” em vacinados. Há o caso de uma morte de adolescente registrada após a imunização. Apesar disso, a própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) diz que não há ainda como relacionar o óbito com efeitos colaterais da vacina contra a Covid. O ministro disse ainda que foram aplicadas vacinas não autorizadas pela Anvisa, como AstraZeneca e CoronaVac. A única vacina autorizada até agora para a aplicação em adolescentes é a da Pfizer.
O boato de que a proibição da vacina em adolescentes ocorreu após pressão do presidente Jair Bolsonaro foi desmentido por Queiroga. Ele alega que o tema foi conversado entre os dois, mas negou que tenha havido determinação do presidente. A polêmica, no entanto, está na rua.
Quer receber todas as notícias do blog através do WhatsApp? Clique no link abaixo e cadastre-se: https://abre.ai/suetoni
21/04/2025 13:37
21/04/2025 07:35