Os últimos dias foram recheados de especulações sobre uma possível desistência do deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) em relação à disputa do Palácio da Redenção. Se é verdade, maldade ou estratégia dos adversários, saberemos em breve – falta pouco para as convenções. Acontece que os boatos têm encontrado terreno fértil para florescer. E eles ganharam sabor especial após o ex-senador e ex-governador Cássio Cunha Lima dizer que uma desistência do filho só faria sentido se fosse para abrir caminho para Romero Rodrigues (PSC), ex-prefeito de Campina Grande. Daí vem a pergunta: seria isso um sinal?
Vamos aos fatos: Romero sempre foi o nome cotado no clã Cunha Lima para a disputa das eleições neste ano. Procurado pelo blog, ele procurou baixar a fervura e disse que trabalha para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados e defende a pré-candidatura de Pedro. E este, eu diria, é o cenário mais provável. Muitos fatos corroboram para isso. O ex-prefeito de Campina Grande, vale lembrar, saiu do mandato, em 2020, com altos índices de aprovação e despontava, naquele momento, como um nome forte para enfrentar o governador João Azevêdo (PSB) em sua disputa ela reeleição. Mas não vingou.
De lá para cá, o capital político construído por Romero perdeu tração e a consequência disso é que em certo momento, o ex-gestor chegou a “flertar” com o bloco governista. Isso mexeu com os brios do grupo Cunha Lima, que iniciou uma movimentação forte para viabilizar a postulação de Pedro. O tucano entrou na disputa e, em certo momento, se configurou como o principal nome de oposição a João Azevêdo. Ele abrigou na base de apoio o deputado federal Efraim Filho, virtual candidato ao Senado pela chapa. Mesmo com tudo isso, o nome de Pedro perdido força prematuramente.
Por tudo isso, não são poucas as especulações sobre a saída dele da disputa eleitoral, para dar lugar justamente a Romero Rodrigues. Isso depois de Pedro Cunha Lima ter formado equipe de marketing eleitoral, definido a linha discursiva e tudo para colocar o pé na estrada. Os boatos surgiram com mais força na semana passada e demoraram a ser negados. Também por causa disso, as palavras de Cássio em relação a Romero ganharam tanta força no cenário político local.
Mesmo com tudo isso, a preço de hoje, o que pode ser dito é que Romero disputará o cargo de deputado e Pedro o governo. Mesmo assim, não custa lembrar da velha lição do ex-governador mineiro Magalhães Pinto. Ele ensinou que “Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou.”
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