Executivo
Paraíba: candidatos ao governo buscarão reproduzir em 2022 a polarização que deu errado em 2020
21/12/2021 18:38
Suetoni Souto Maior
Eleitores só poderão ser presos em caso de flagrante delito. Foto: Divulgação

A forma foi usado em 2018 e deu resultado para o então candidato a presidente Jair Bolsonaro (PL). De lá para cá, a busca radicalizada da polarização legou fracasso a todos os que tentaram repeti-la na eleição municipal. Tivemos em 2020, em João Pessoa, Nilvan Ferreira (PDT) e Wallber Virgolino (Patriota) vestindo a roupa de radicais de direita. Do outro lado, Ricardo Coutinho (hoje no PT) no figurino que cabe à esquerda. No centro, Cícero Lucena (PP), que acabou se elegendo conseguindo votos dos dois lados e de quem quis fugir deles.

Para o ano que vem, o filme antigo começa a rodar nas melhores salas de cinema. Nilvan Fereira e Cabo Gilberto (PSL) se movimentam sob a sombra de Bolsonaro e sonham que ele reverta a impopularidade e tenha peso eleitoral significativo na disputa do ano que vem. Do outro lado, o ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (agora no PT), pretende capitalizar a avaliação positiva do ex-presidente Lula. Enxerga nele o passaporte para a viabilidade política no pleito do ano que vem. Ele foi aceito no antigo partido e agora parte para a construção de uma candidatura.

Pelo centro, devem seguir as candidaturas de Pedro Cunha Lima (PSDB), mais voltada para a direita, e a do atual governador, João Azevêdo (Cidadania), mais voltada para a esquerda. Os dois vão buscar os eleitores que sigam do centro para as bordas, mas sem radicalizar o discurso. Isso apesar de Pedro ter conduzido o mandato nos últimos anos com franca aproximação com o bolsonarismo e João Azevêdo não esconder de ninguém o desejo de oferecer um palanque eleitoral para o ex-presidente Lula, líder das pesquisas de opinião pública.

Historicamente, as campanhas mostram que o discurso radicalizado de direita ou esquerda prosperam pouco no contexto local, nos estados. A postura extremista, vale ressaltar, também era uma ilustre desconhecida no plano nacional também. Em 2002, quando foi eleito pela primeira vez, o ex-presidente Lula moderou o discurso para ser aceito em todas as camadas sociais. Isso seguia uma tendência histórica, até que Bolsonaro foi eleito em 2018 justamente pregando o contrário. Aquela forma serviu para um pleito específico e cheio de esquisitices. Dificilmente se repetiria hoje. Mesmo assim, o modelo vem sendo seguido.

Houve uma aposta fracassada pelo modelo radicalizado em 2020. Para 2022, quem optar por repetir o modelo, desta vez na disputa do governo do Estado, tende a fracassar novamente.

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