Quem botou 2018 na conta de um ano difícil para a oposição na Paraíba é porque não parou ainda para contabilizar o efeito 2022 na disputa eleitoral. É que tirando o governador João Azevêdo (Cidadania), todos os virtuais candidatos apresentam chances pequenas de sucesso da disputa pela sucessão para o Palácio da Redenção. E não é nem por que o atual governador seja algum tipo de “arrasa quarteirão”. É simplesmente pela inanição de lideranças ou pelo fato de as que existem terem perdido o timing para a disputa.
Em 2018, no primeiro semestre, nos deparávamos com nomes fortes na oposição e nomes fracos no governo. Os então prefeitos Luciano Cartaxo (João Pessoa) e Romero Rodrigues (Campina Grande) haviam se reelegido em 2016 ainda no primeiro turno. A lembrança do nome deles para a disputa era natural. Ao contrário de João, eles tinham traquejo político e expectativa de poder para a disputa. Mas faltou entendimento e estratégia do grupo. No final, nem Luciano, nem Romero. A candidatura caiu nas mãos de Lucélio Cartaxo, que não conseguiu chegar ao segundo turno.
João Azevêdo era o nome do então governador Ricardo Coutinho na disputa. Ele colocou a máquina eleitoral à disposição do pupilo e isso funcionou. O gestor acabou rompendo com o ex-governador poucos meses após ser empossado, por causa de vários desentendimentos, mas também por conta das denúncias do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba. Apesar de ser um dos investigados, a ação trouxe pouco prejuízo de imagem a Azevêdo, que, até agora, segue preservado para a reeleição.
Pior para Romero e Cartaxo, que olham com incerteza para 2022. O primeiro tende a seguir o espinhoso caminho de alinhamento com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Paraíba. Terá que fazê-lo por causa do crescimento do ex-presidente Lula (PT), que teve os direitos políticos restituídos. O petista poderá apoiar João Azevêdo e tem quem aposte na possibilidade de diálogo com Ricardo Coutinho (PSB) e até com Luciano Cartaxo (PV). Com o socialista, o diálogo tem como obstáculo tanto as denúncias de corrupção quanto o impedimento eleitoral.
Por outro lado, contando ainda Romero, vale lembrar a crescente concorrência vinda dos nomes que encarnam a extrema-direita no Estado, como Nilvan Ferreira (de saída do MDB) e os deputados estaduais Cabo Gilberto (PSL) e Walber Virgolino (Patriota). Haverá muita discussão para o encontro de uma equação que agrade a todo mundo. Romero tem ainda no roteiro para administrar uma denúncia na operação Calvário e Pedro Cunha Lima (PSDB) se lançando para a disputa. Ou seja, para a oposição, o caminho das pedras tem mais pedregulhos.
De fato, pode-se concluir que se não houver união dos grupos oposicionistas, dificilmente terão sucesso.
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