O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu o seu vice na chapa, Geraldo Alckmin (PSB), para comandar a transição do governo de Jair Bolsonaro (PL) para o dele. A decisão foi tomada em reunião que contou também com a participação de Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, e Alozio Mercadante, responsável por elaborar o seu plano de governo usado na campanha. Os dois militantes históricos da sigla também eram cotados para a função. A opção por Alckmin, por isso, sinaliza para a tendência de construção de um governo mais voltado para o centro e menos com a cara do PT.
Este, inclusive, foi um entendimento disseminado pelo petista desde o início da campanha. A escolha de Alckmin lá atrás para o cargo de vice já indicava algo neste sentido. Lula assimilou o conceito de que era preciso a construção de uma coalizão formada por nomes que iam da esquerda à direita em seu leque de alianças e apoiamentos. Isso permitiu que vários nomes emblemáticos das gestões tucanas, por exemplo, anunciassem voto no petista. A lista inclui de ex-ministros como Aloyzio Nunes e Henrique Meireles até nomes como o ex-candidato a presidente pelo Novo, João Amoêdo.
Alckmin comandará uma equipe com 50 nomes, que mesclará quadros técnicos e políticos para dialogar com integrantes do governo de Jair Bolsonaro (PL), derrotado na busca pela reeleição. Os principais líderes do PT e dos partidos da coligação que elegeu Lula devem compor o grupo. A equipe de transição despachará do prédio do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília. Segundo um dirigente petista, Lula disse a interlocutores, em tom informal, que quem for escolhido para ser coordenador não vai chefiar um ministério.
Em governos anteriores do PT, o coordenador acabou se tornando ministro de peso. É o caso de Antonio Palocci, que coordenou a transição no primeiro mandato, em 2002, e virou ministro da Fazenda. Há dúvidas se Alckmin será escolhido para ocupar alguma pasta. Segundo dirigentes petistas, se Alckmin ocupar um ministério de grande porte, como a Fazenda, Lula teria dificuldades em eventualmente demiti-lo. Por outro lado, dar uma pasta de menor peso para Alckmin poderia passar uma mensagem de desprestígio.
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