Judiciário
Olha que curioso: PF não sabe o que fazer com dinheiro apreendido com aliados de Lira
10/06/2024 07:14
Suetoni Souto Maior
Dono de fortuna precisa comprovar a origem dos recursos. Foto: José Cruz/ABr

A Polícia Federal não sabe como cumprir uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) em Alagoas. O ministro Gilmar Mendes anulou uma operação relacionada a supostos desvios de verbas do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE). Como consequência, mandou ainda destruir as provas obtidas e devolver o dinheiro apreendido no esquema que ficou conhecido como escândalo dos “kits de robótica”. Acontece que para ter o recurso de volta o suposto dono precisa comprovar a origem da dinheirama.

Os alvos da operação são aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Estão sem destino R$ 4 milhões encontrados no cofre da empresa de um aliado do mandatário e que, em tese, deveriam ser devolvidos ao dono, depois da decisão de Mendes. O dinheiro está depositado em uma conta judicial desde setembro do ano passado e até agora não apareceu ninguém para reivindicá-lo.

Os milhões foram encontrados dentro de um cofre em uma propriedade do policial civil e empresário Murilo Sergio Jucá Nogueira Junior, de 45 anos, durante a operação Hefesto, realizada em junho de 2023. Segundo a prestação de contas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Junior doou R$ 4 mil para Lira nas eleições de 2022 e recebeu o mesmo valor por ceder uma picape Toyota Hilux para sua campanha.

Ele foi um dos dos investigados no inquérito que apurou um esquema de direcionamento de licitações para a Megalic, empresa de um outro aliado de Lira que teria desviado R$ 8,1 milhões do FNDE durante o governo Jair Bolsonaro. O Tribunal de Contas da União (TCU) chegou a suspender os contratos e os repasses para a aquisição dos kits com verbas de emendas do orçamento secreto carimbadas para o FNDE, que seriam destinadas a 43 municípios alagoanos.

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