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Morre José Carlos, do Grupo São Braz, um homem à frente do seu tempo
05/03/2021 12:16
Suetoni Souto Maior
José Carlos morreu em decorrência da COVID-19. Foto: Reprodução/G1PB

A morte do empresário José Carlos da Silva Júnior, ocorrida nesta sexta-feira (5), é uma grande perda para todos os paraibanos. Você pode nem tê-lo conhecido pessoalmente ou ouvido seus ensinamentos, mas, com certeza, usufruiu da obra de um homem que nasceu pobre e, com muito trabalho e correção, construiu um império. O presidente do Grupo São Braz e proprietário das TVs Cabo Branco e Paraíba faleceu em decorrência da Covid-19. Ele estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, e não resistiu a uma parada cardiorrespiratória.

José Carlos tinha 94 anos, era viúvo e deixa três filhos, Ricardo Carlos, Eduardo Carlos e Eliane Freire. A história dele é a história de uma pessoa que inovou no desenvolvimento e criação de produtos que todos hoje acham que sempre existiram. Não custa lembrar que a farinha de milho, o pré-cozido que encontramos atualmente nos supermercados, não existia antes de ele ter a ideia de fazer e industrializar. Antes disso, as pessoas faziam o cuscuz com a farinha ralada em casa e que não podia ser armazenada. Há inovações no café também e em várias outras áreas.

No período em que trabalhei na Rede Paraíba de Comunicação, ouvi muitas histórias contadas pelos filhos. Ouvi muito sobre a entrada de José Carlos no ramo dos jornais, com o Jornal da Paraíba, ainda hoje presente no formato online. E teve também a incursão do empresário pela política. Em 1982, foi convidado a disputar o cargo de vice-governador na chapa de Wilson Braga pelo Partido Democrático Social (PDS). Na época, derrotou Antônio Mariz na disputa eleitoral. Quatro anos depois, em 1986, deixou o cargo após a desincompatibilização de Braga, que disputaria uma vaga no Senado Federal pela Paraíba. 

José Carlos ocupou o cargo de senador anos depois. Como suplente de Ronaldo Cunha Lima, assumiu o cargo nos anos de 1996, 1997 e 1999, após licenças de titular. Em seus discursos, sempre defendeu melhorias à conjuntura econômica nordestina e brasileira, com destaque para sua atuação como membro da Comissão Especial que estudou as causas da pobreza no país, em outubro de 1999. A morte de José Carlos, por tudo isso, é uma grande perda para todos os paraibanos.

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