Ex-deputado e ex-ministro da Fazenda mais longevo da ditadura militar, morreu, nesta segunda-feira (9), Antônio Delfim Netto, aos 96 anos. Ele estava internado desde a última segunda-feira (5) no Hospital Israelita Albert Einstein em decorrência de complicações no seu quadro de saúde. O ex-ministro deixa uma filha e um neto. Segundo a família, não haverá velório aberto e o enterro será restrito aos parentes.
Delfim Netto comandou o Ministério da Fazenda durante o fenômeno que ficou conhecido como o pai do Milagre Brasileiro, o período de alto crescimento da economia durante a ditadura, que deixou marcas negativas até hoje. A crítica em relação à época foi à alta concentração de renda e endividamento externo. Ele também é lembrado, em retorno para o governo, como o responsável pela derrocada da economia brasileira, já no governo de João Figueiredo.
Biografia
Professor emérito da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Delfim Netto foi um dos mais longevos ministros da Fazenda do país, tendo ocupado o cargo entre os anos de 1967 e 1974.
Foi também ministro do Planejamento entre 1979 e 1985, ministro da Agricultura (1979) e embaixador do Brasil na França (1975-1977). Após a redemocratização, permaneceu como figura de destaque nos meios econômico e político.
Como ministro do Planejamento, na década de 1980, comandou a economia brasileira durante a segunda maior crise financeira mundial do século 20, causada pelo choque dos preços do petróleo e pela elevação dos juros americanos para quase 22% ao ano.
Após o fim do regime militar, Delfim Netto participou das eleições em 1986 como candidato à Câmara dos Deputados.
Em 2014, Delfim Netto doou para a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), sua biblioteca pessoal, com um acervo de mais de 100 mil títulos, acumulados em quase oito décadas.
Tem mais de 10 livros publicados sobre problemas da economia brasileira e centenas de artigos e estudos. Escrevia semanalmente nos jornais Folha de S.Paulo e Valor Econômico e para a revista Carta Capital. Seus artigos eram também publicados regularmente em cerca de 70 periódicos de todo o país. (com informações do G1)
Quer receber todas as notícias do blog através do WhatsApp? Clique no link abaixo e cadastre-se: https://abre.ai/suetoni