Em meio à queda de braço com o Congresso por causa do IOF, o presidente Lula (PT) não deve sancionar o projeto que eleva o número de deputados federais de 513 para 531. A proposta é cara ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), porque evita a perda de duas cadeiras paraibanas na Casa. Entretanto, é atribuído ao parlamentar, também, o movimento que resultou na derrota do Palácio do Planalto, azedando o clima entre Executivo e Legislativo.
Fontes ligadas ao presidente, de acordo com reportagem da Folha de São Paulo, indicam que o tema elevação do número de deputados não será tratado pelo presidente, nem para sancionar, nem para vetar. Lula tem até o dia 16 para se manifestar. Caso ele se omita, a matéria impopular poderá ser promulgada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
A matéria que propõe o aumento do número de deputados foi aprovada na semana passada, no mesmo dia que a Câmara e o Senado aprovaram a derrubada do decreto presidencial que majorava a cobrança de IOF para rentistas e operações financeiras no exterior. A justificativa de Motta para bancar a votação era que o governo precisaria cortar despesas e não arrecadar mais através de novos impostos.
Em sentido contrário, a aprovação do aumento do número de deputados vai gerar mais despesas para o poder público. Pesquisa Datafolha divulgada no último dia 17 mostrou que 76% dos brasileiros são contra o aumento de deputados e apenas 20% são a favor.
Nos últimos dias, governistas e apoiadores têm bancado uma batalha nas redes sociais acusando os parlamentares de trabalharem para os ricos e as bets, que seriam taxados através do IOF. O governo também judicializou a questão, por entender que a decisão dos parlamentares é inconstitucional. A briga, pelo jeito, vai durar…
Quer receber todas as notícias do blog através do WhatsApp? Clique no link abaixo e cadastre-se: https://abre.ai/suetoni