Sabe aqueles episódios em que a pessoa toma cuidado com as palavras para “não chutar cachorro morto”? Foi mais ou menos isso o que fez o governador João Azevêdo (PSB) ao falar sobre a desistência de Romero Rodrigues (Podemos) de disputar a Prefeitura de Campina Grande. Todo mundo, inclusive o staff socialista, dava como certa a saída do deputado federal para a disputa no município. Os ingredientes estavam na mesa: densidade eleitoral, desapontamento em relação ao atual prefeito, Bruno Cunha Lima (União Brasil), e apoio político do bloco de oposição ao gestor.
Romero, inclusive, era visto como potencial candidato das oposições a Bruno, com a possibilidade de reunir não apenas o apoio do Republicanos, mas também o do PSB de João Azevêdo. O governador admite que se reuniu com o ex-prefeito em discussões sobre cenários eleitorais possíveis. Garante, no entanto, que o partido liderado por ele não esperou por Romero e que programou com brevidade a candidatura de Jhony Bezerra (PSB), ex-secretário de Saúde. Mas alegou de saída, ao ser questionado pelo jornalista Luís Torres, da TV Arapuan, que o deputado provocou muita decepção ao não disputar as eleições, como o esperado.
“A decisão dele decepcionou muita gente, que esperava dele um posicionamento, principalmente em Campina Grande, mas cabe a ele explicar as razões que o levaram a não disputar e quais são os seus projetos”, ressaltou Azevêdo, sem querer polemizar sobre o assunto. O sentimento do governador foi similar ao de aliados que “cruzaram a fronteira” na oposição a Bruno e que agora se veem abandonados no projeto que nutriam.
Quem presenciou a participação de Romero Rodrigues na convenção do União Brasil, que ratificou a candidatura de Bruno, viu no discurso a fala de um homem derrotado, que pediu desculpas a quem confiou nele. Escrevi neste espaço, na época, que algumas marcas construídas na política perseguem o dono delas para sempre. Com Romero não será diferente. Ele é, hoje, visto como um personagem político água com açúcar, sem coragem para comprar brigas e arriscar. Foi assim em 2018, em relação ao governo do Estado; em 2022, novamente na disputa pelo governo, e é agora, em 2024, em relação à prefeitura.
Quem confiar em novo desafio, vai precisar de um psicólogo.
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