Executivo
Extremismo que gerou agressão a Moraes e ao filho é o mesmo do 8 de janeiro. Só cadeia resolve
16/07/2023 06:59
Suetoni Souto Maior
Andreia, Alex Zanatta (ao centro) e Roberto Mantovani Filho no Aeroporto de Guarulhos

Foi realmente odiável o episódio em que o ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o filho, foram atacados física e verbalmente por extremistas no Aeroporto Internacional de Roma, na Itália, na última sexta-feira (14), ao voltarem para o Brasil. O filho do ministro levou com um golpe no rosto e o óculos chegaram a cair no chão. Os agressores, todos brasileiros, foram identificados pela Polícia Federal como uma mulher, identificada como Andreia Mantovani, e dois homens, identificados como Roberto Mantovani Filho e Alex Zanatta.

Roberto Mantovani foi candidato a prefeito de Santa Bárbara do Oeste, município de São Paulo, em 2004, pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. O ataque do agressor é fruto de uma sequência de anos em que virou política de estado, no Brasil, a hostilização a membros do Supremo Tribunal Federal. O mesmo movimento fomentou a mobilização do grupo radicalizado que, insatisfeito com o resultado da eleição do ano passado, invadiu e depredou as sedes dos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro. Os ataques foram mais violentos foram justamente no prédio do Supremo.

As agressões à família de Moraes aconteceram por volta de 18h45 no horário local (13h45 no horário de Brasília). O ministro foi chamado de bandido e vendido pelos extremistas. Após a agressão física, Roberto, Andreia e Alex Zanatta prosseguiram com os xingamentos. A Polícia Federal identificou os suspeitos e já abriu inquérito sobre o caso. Segundo o Código Penal, os crimes praticados por brasileiros, embora cometidos no estrangeiro, ficam sujeitos à lei brasileira. Todos serão processados segundo a legislação do país e provavelmente serão condenados.

O caso dos três extremistas não difere em nada dos vândalos que atacaram Brasília. Nos dois episódios, o grupo era formado por pessoas inaptas ao convívio social e democrático, que não aceitam o contraditório. Vimos o mesmo acontecer na Alemanha nazista e na Itália fascista. O resultado em ambos os casos foi perseguição e morte de opositores. Neste sábado (15), quando o episódio se tornou público, políticos de esquerda e direita divulgaram notas repudiando os ataques. A manifestação é importante, mas o que resolve mesmo, nestes casos, é cadeia.

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