Legislativo
Ex-bolsonarista, deputado pastor acusa Castro de execução: “preto correndo em dia de operação na favela é bandido”
30/10/2025 16:43

Suetoni Souto Maior

Otoni de Paula diz temer pela vida do filho, que vive em comunidade. Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados

O deputado federal e pastor Otoni de Paula (MDB-RJ) viralizou nas redes sociais, nesta semana, por fazer críticas à operação policial no Rio de Janeiro que terminou com mais de 120 mortes. Ele acusa o governador Cláudio Castro (PL-RJ) de promover um ato de execução na ação realizada na terça (28) nos complexos do Alemão e da Penha. O tema esteve entre os mais comentados desde o dia da operação no X (antigo Twitter). De acordo com o religioso, que já foi aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quatro fiéis da igreja dele foram mortos.

“Quem está falando é pastor. E não é pastor progressista não. Só de filho de gente da igreja, eu sei que morreram quatro. Meninos que nunca portaram fuzis, mas que estão sendo contados no pacote como se fossem bandidos. Nunca ninguém vai atrás para saber [se são bandidos ou não]. Porque preto correndo em dia de operação na favela é bandido”, afirmou Otoni, fazendo referência à operação que ficou conhecida como a mais letal da história do país, superando o massacre do Carandiru.

A fala foi feita na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (29). Em discurso indignado na Câmara, em que gritou e bateu a mão no peito em algumas oportunidades. Otoni afirmou que ao menos quatro jovens de famílias pertencentes à sua igreja foram mortos na operação. Para o deputado, eles foram vítimas de racismo.

Se um ex-aliado critica, outros elogiam. Governadores de centro e de direita desembarcam nesta quinta no Rio de Janeiro para visitar o chefe do Executivo do Estado, Cláudio Castro (PL), depois da megaoperação policial de terça. Devem participar da reunião os governadores Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina; Romeu Zema (Novo), Minas Gerais; Ratinho Jr. (PSD), do Paraná; Eduardo Leite (PSD), do Rio Grande do Sul; Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; Mauro Mendes (União Brasil), de Mato Grosso; Eduardo Riedel (PP), de Mato Grosso do Sul, e Celina Leão (PP), vice-governadora de Brasília.

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