Se os bolsonaristas procuravam um nome que vestisse bem o figurino do capitão para a disputa do governo do Estado, ao que tudo parece, encontraram. Durante entrevista à rádio Arapuan, de João Pessoa, nesta segunda-feira (21), o senador Efraim Filho (União Brasil) saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), dizendo ver excessos do Supremo Tribunal Federal (STF) nas medidas cautelares aplicadas contra o ex-gestor, na semana passada. Bolsonaro foi alvo de operação da Polícia Federal e passou a usar tornozeleira eletrônica. Entre as acusações estão coação, tentativa de obstrução de justiça e risco de fuga.
Cotado para representar o bolsonarismo na disputa pelo governo em 2026 e disposto, até, a se filiar ao PL, Efraim Filho demonstrou ter outra visão sobre as causas do tafifaço imposto ao Brasil pelo presidente norte-americano Donald Trump. Dizendo não concordar com as sanções, o senador, que integra um partido da base aliada do governo Lula (PT), acusou a política externa do gestor petista de ser a responsável pela sanção ameaçada pelo governo americano. Vale ressaltar, aqui, que o governo brasileiro esperava resposta a uma proposta oficial do Itamaraty para negociar tarifas desde maio.
Contudo, confrontado com o conteúdo da carta de Trump a Lula, na qual anuncia as sanções com imposto de 50% sobre os produtos exportados pelo Brasil, Efraim teve que modular o discurso. Isso por que na correspondência, o norte-americano justifica a ‘punição’ com a alegação de perseguição política do Judiciário brasileiro a Bolsonaro. Além de que, as articulações sobre as retaliações ao país estão sendo articuladas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente e que tem dito, em lives e entrevistas, que não haverá eleição no Brasil no ano que vem se o pai dele for preso.
Neste caso, Efraim fala em excessos do Judiciário em relação ao ex-presidente, que é acusado de ter participado de uma trama para impedir a posse de Lula, após ser derrotado nas eleições de 2022. A trama incluiria, entre outras coisas, a morte do presidente e do vice eleitos, além do ministro Alexandre de Moraes, relator das ações na Suprema Corte. O senador, para justificar sua opinião, compara o inquérito do golpe à operação Lava Jato, que foi sepultada pelo STF. O juiz Sérgio Moro (União Brasil), hoje senador pelo Paraná, foi considerado parcial pela Corte.
Efraim Filho tem trabalhado na oposição para tentar se consolidar como candidato ao governo. Ele enfrenta como maior obstáculo a federação formada pelo partido dele com o PP, hoje alinhado ao governador João Azevêdo (PSB). O parlamentar recebeu convite do PL para se filiar à sigla e, com isso, disputar as eleições do ano que vem oferecendo um palanque para o campo bolsonarista.
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