A decisão sobre a entrada do Partido dos Trabalhadores na disputa eleitoral, em João Pessoa, vai depender dos humores da executiva nacional do partido, ponto. Essa é a definição que se tem para hoje, em relação ao debate que enterrou a disputa interna que decidiria o nome de quem representaria a sigla numa eventual disputa eleitoral. Os deputados Cida Ramos e Luciano Cartaxo foram lançados como opção, mas a escolha de um ou de outro ou ainda um apoio à reeleição de Cícero Lucena (PP) ainda no primeiro turno vai depender do quadro eleitoral neste ano, sobretudo, sobre o potencial da extrema-direita.
O status atual mostra a ala bolsonarista fragilizada, enredada por disputas internas na relação entre o PL do ex-ministro Marcelo Queiroga e o Novo do pastor Sérgio Queiroz. O primeiro recebeu as bênçãos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a disputa, mas depende do segundo na chapa para deslanchar. Só que desde a semana passada, a fogueira de vaidades na relação tem falado mais alto e não há certeza sobre a composição. Pouco se sabe se Queiroz vai dobrar o ego e aceitar ser vice de um personagem político, a preço de hoje, menor que ele. O “espetáculo” visto após a visita de Bolsonaro sinalizou que não, mas isso pode mudar.
Enquanto isso, a direção nacional do PT vai assistir a tudo de camarote. Essa é uma posição ruim? Até parece ser, se for mantido no final o entendimento de candidatura própria. A postura consumiria um tempo importante em que Cartaxo ou Cida estariam buscando apoios e votos. O quadro atual mostra que Cícero Lucena já ‘capturou’ em torno de si até partidos da Federação Brasil da Esperança, como PCdoB e PV. Todos os outros partidos do arco de alianças de João Azevêdo (PSB) no campo progressista também seguiram para Cícero. O caminho, portanto, é de isolamento para o PT.
De qualquer forma, a direção nacional deve observar antes de uma posição se há potencial de crescimento na extrema-direita em João Pessoa. Na cidade, Jair Bolsonaro teve quase a metade dos votos e há a esperança do grupo de crescimento eleitoral do ex-ministro. Neste ponto, a expectativa pode se concretizar, levando em conta que a ala bolsonarista demonstra resiliência em seu núcleo duro. Se este potencial se confirmar, dificilmente o PT arriscará uma candidatura própria e tentará fortalecer Cícero para evitar um eventual segundo turno.
Enquanto disso, o movimento dos petistas continua. De um lado, Cida conseguiu maioria na base do partido, enquanto Cartaxo tenta costurar apoios por cima. Ele arregimentou os apoios do ex-governador Ricardo Coutinho e do deputado federal Luiz Couto. A postulação dos dois candidatos tem apelo junto à direção nacional, mas a definição continua dependendo de outros fatores.
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