Legislativo
Discussão sobre mudança do nome de João Pessoa divide classe política na capital
24/02/2023 18:48
Suetoni Souto Maior
Dinho considera legítima a consulta à população, mas não concorda com a mudança do nome da capital. Foto: Divulgação

A discussão sobre um plebiscito para discutir uma eventual mudança do nome de João Pessoa caiu como uma bomba na classe política paraibana, que não se entende sobre o assunto. A proposta de consulta à população foi formulada pelo advogado Raoni Vita nesta semana e apresentada por meio de mandado de injunção junto no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Do ponto de vista legal, há muito sentido na provocação feita, porque há previsão para isso na Constituição do Estado da Paraíba, promulgada em 1989. Acontece que o movimento abriu a caixa de pandora em que o assunto é guardado desde 1930.

Desde que o assunto veio à tona, há políticos se manifestando a favor, os contrários e os que subiram no muro para não se comprometer. Entre os favoráveis ao debate, se destaca o ex-vereador da capital Fuba, que usa de dados históricos para embasar a opinião dele. O ex-parlamentar escreveu um livro em que aborda o assunto e que serviu de combustível para o movimento Paraíba, capital Parahyba há 15 anos. Acontece que o movimento perdeu tração com o tempo. Agora, o deputado federal Cabo Gilberto (PL) abraçou a ideia. Ele defende que o nome da cidade volte a ser Parahyba e até a mudança da bandeira do Estado.

O presidente da Câmara de João Pessoa, Dinho Dowsley (Avante), vê o debate como inoportuno, apesar de entender como legítima uma eventual consulta à população através de plebiscito. O argumento utilizado pelo mandatário para sustentar a posição é que a capital paraibana, com o nome atual, tem ganhado importância turística nos últimos anos. Ele lembrou, durante entrevista ao jornalista Hermes de Luna, nesta sexta-feira (24), que houve um investimento de R$ 1 milhão na Escola de Samba Dragões da Real, no Carnaval de São Paulo, com ganho forte para a imagem da capital.

Amigo de longas datas de Fuba, Dinho até brincou com o fato de o hino do bloco Muriçocas do Miramar, composto pelo ex-vereador, começar com uma referência a João Pessoa. “Ele não vai mudar a letra do hino das Muriçocas do Miramar”, disse. A opinião do presidente da Câmara segue em sentido parecido com a do vereador Milanez Neto (PV). Ele é sobrinho-neto de João Pessoa e um ardoroso defensor da importância histórica do parente distante. Para o parlamentar, o movimento surgido agora não tem qualquer representatividade. Ele surge 92 anos depois da morte do ex-presidente do Estado.

Quem decidiu subir no muro em relação ao assunto foi o ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT). Questionado sobre o assunto durante sessão na Câmara da capital, nesta sexta-feira, ele preferiu não opinar. Nas redes sociais, ele aproveitou para alfinetar o sucessor, Cícero Lucena (PP), dizendo que o importante é discutir a sucessão na prefeitura.

Quer receber todas as notícias do blog através do WhatsApp? Clique no link abaixo e cadastre-se: https://abre.ai/suetoni

Palavras Chave