A mensagem do jogador Matheus Cunha na final do futebol olímpico, no Japão, voltada para as crianças de João Pessoa foi simbólica: “confiem, sempre dá”, dizia ele. Vale para todo o Nordeste, a região mais discriminada e escassa em recursos do país. Mas mesmo assim, com o mínimo de investimentos, saiu daqui as condições para que o Brasil alcançasse sua melhor marca em Olimpíadas. Foram cinco das sete medalhas de ouro conquistadas, contabilizando aqui, também, o futebol, que teve o pessoense Matheus Cunha abrindo o placar na final contra a Espanha.
Entre outros atletas, a seleção masculina ainda conta com outro paraibano, o goleiro Santos. O zagueiro pernambucano Nino levou uma bandeira do estado para a solenidade de entrega das medalhas. Nos esportes individuais, o potiguar Italo Ferreira (surfe) foi o primeiro a subir no lugar mais alto do pódio. Foi seguido dos baianos Ana Marcela Cunha (maratona aquática), Isaquias Queiroz (canoagem) e Hebert Conceição (boxe). Outra baiana, Bia Ferreira, conquistou a prata durante a madrugada no boxe.
Do Maranhão, saiu a prata da carismática skatista Rayssa Leal, mais jovem atleta e medalhista olímpica do país. Aos 13 anos, a maranhense de Imperatriz conquistou a prata no skate street, na estreia da modalidade nos Jogos. É um protagonismo que o Nordeste nunca teve em 101 anos de participação olímpica do Brasil. O país estreou nos Jogos na Antuérpia, em 1920, com o destaque para um atleta vindo de outra região negligenciada pelos investimentos esportivos do país, o Norte.
Guilherme Paraense, honrando o sobrenome, de fato tinha nascido no Pará, em Belém. O atirador foi responsável pelo primeiro ouro brasileiro em Olimpíadas, na pistola rápida, e integrou o primeiro bronze, na pistola livre por equipes. Nunca mais um atleta nascido no Norte subiu ao topo do pódio olímpico em provas individuais. O Nordeste se destaca, ganhando mais ouros nas provas individuais do que havia conquistado em todas as Olimpíadas anteriores somadas –além das quatro medalhas de ouro, soma também uma prata em Tóquio-2020.
Medalhistas do Nordeste nos esportes individuais
Tóquio-2020
Ana Marcela Cunha (ouro/maratona aquática)
Hebert Conceição (ouro/boxe)
Isaquias Queiroz (ouro/C1-1.000 m da canoagem)
Italo Ferreira (ouro/surfe)
Rayssa Leal (prata/skate)
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