Em meio ao agravamento da crise entre o Congresso e o Palácio do Planalto, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), autorizou a realização de uma comissão geral para discutir o escândalo dos descontos associativos aplicados a aposentados e pensionistas do INSS.
A sessão está prevista para esta quarta-feira (2) e contará com a presença do ministro da Previdência, Wolney Queiroz, do atual presidente do INSS, Gilberto Waller, e de Alessandro Steffanutto, ex-presidente do órgão, afastado após operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) revelar um esquema de cobranças irregulares que pode ter movimentado mais de R$ 6 bilhões.
O pedido para a realização da audiência partiu do deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), que confirmou o aval de Motta na manhã desta segunda-feira (30). A expectativa é de que o debate sirva para aprofundar as discussões em torno de três pontos centrais: a devolução dos valores descontados de forma indevida, a possibilidade de confisco de recursos dos responsáveis para ressarcimento e a adoção de mecanismos para evitar a repetição de fraudes semelhantes.
A decisão de Motta ocorre em um ambiente político já tensionado. Na semana passada, o deputado paraibano liderou a derrubada do decreto presidencial que alterava regras do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), medida vista pelo governo como estratégica para o aumento da arrecadação.
Em resposta, o Executivo iniciou uma ofensiva nas redes sociais para criticar o Congresso e defender suas propostas de ajuste fiscal e redistribuição de renda. Motta reagiu publicamente, elevando o tom e aprofundando o desgaste institucional.
O caso do INSS tem sido explorado pela oposição como forma de desgastar o governo Lula (PT), que, por sua vez, aponta que o esquema de descontos ilegais se estruturou ainda durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
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