Os últimos dias renderam muita polêmica por causa de declarações vazadas em áudio nas quais o ex-prefeito de Santa Rita, Reginaldo Pereira, profere declarações racistas contra o comunicador Nilvan Ferreira (PL). As especulações sobre a provável mudança do título de eleitor dele para a cidade metropolitana geraram desconforto entre velhas lideranças e, no caso do ex-gestor, comentários que vão da cor da pele até suposto desejo de locupletação do patrimônio público. Destas coisas que os covardes só dizem escondidos para não serem processados.
Reginaldo Pereira é daquelas figuras curiosas da política. Ele passou a vida inteira sonhando em um dia ser prefeito de Santa Rita e, quando conseguiu, não fez boa coisa. Em meio a um monte de acusações de nepotismo e outras particularidades da vida pregressa, foi cassado pela Câmara Municipal e, depois disso, viveu muitas idas e vindas em disputas judicias com o vice, Netinho. Os dois, juntos, levaram caos administrativo à cidade e aquilo serviu para sepultar o futuro político do ex-prefeito. As movimentações dele, hoje, ocorrem apenas no sigilo obscuro das conversas de whatsapp.
E o conteúdo mostra bem o porquê. Em diálogo com um interlocutor, o ex-prefeito de não saudosa memória ensaia um movimento para impedir uma eventual mudança de Nilvan Ferreira de João Pessoa para Santa Rita. Fala que o comunicador estaria interessado apenas no cofre da prefeitura e se refere a ele o tempo todo como “neguinho”, no maior estilo dos coronéis que habitavam as casas grandes retratadas pelo sociólogo Gilberto Freyre. Reginaldo Pereira, com isso, mostra a pobreza dele no aspecto humano, superando em muito a incompetência administrativa dos tempos de gestor.
Essa visão coronelista antiga ainda em alta na vida pública precisa ser superada em um país mestiço como o Brasil. Importante seria que nesta quadra da história as pessoas fossem avaliadas por sua capacidade técnica e não pela quantidade de melanina que exibe na pele. Mas não é isso o que acontece. Vimos em eleições recentes figuras políticas, inclusive do mesmo espectro político de Nilvan, negarem que houve escravidão no Brasil ou mesmo dizerem que os negros que vieram para cá tiveram destino melhor que os de quem ficou na África. Um absurdo sem tamanho em todos os aspectos.
E um absurdo que serve muito para revelar traços da desonestidade ideológica que permeia a política paraibana e, sobretudo, a brasileira.
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