Executivo
De pires na mão: prefeitos alegam queda de 73% no FPM, paralisam serviços e fazem protesto na Assembleia
30/08/2023 11:33
Suetoni Souto Maior
Prefeitos fazem protesto em frente à Assembleia Legislativa por causa de cortes no FPM. Foto: Divulgação/Famup

Prefeituras com portas fechadas e prefeitos concentrados em frente à Assembleia Legislativa da Paraíba. Este é o retrato do municipalismo, nesta quarta-feira (30), no estado. Os gestores alegam dificuldade para fechar as contas por causa da progressiva redução nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). De acordo com os gestores, a redução em emendas de custeio no primeiro semestre de 2023, em comparação a 2022, foi de quase 73%, passando de R$ 10,43 bilhões para R$ 2,80 bilhões.

O movimento iniciado na Paraíba foi estendido para as cidades de outros 16 estados e conta com apoio da Confederação Nacional de Municípios (CNM). A Praça dos Três Poderes está tomada por prefeitos e prefeitas, servidores públicos, parlamentes e população em geral. Eles cobram do Governo Federal solução para os cortes frequentes de repasses, que vem comprometendo a oferta de serviços essenciais. Dos 223 municípios paraibanos, 200 aderiram ao movimento.

Os estados que aderiram ao movimento “Sem FPM não dá. Dia 30 vamos parar!” foram Paraíba, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Paraná, Santa Catarina, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso Sul e Tocantins.

Os gestores reivindicam a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 25/2022, que institui o adicional de 1,5% do FPM no mês de março; e a compensação de R$ 6,8 bilhões pelas perdas dos municípios com a redução do ICMS sobre combustíveis, aprovada no ano passado, ainda sob o governo Jair Bolsonaro (PL).

Saiba mais

O FPM é a principal receita de sete em cada dez municípios brasileiros.

51% dos municípios estão com as contas públicas no vermelho. No primeiro semestre do ano passado, a proporção era de 7%.

2.362 cidades registraram déficit primário nos primeiros seis meses de 2023. O número é quase sete vezes o registrado em igual período do ano passado (342).

A cada R$ 100 arrecadados por pequenos municípios, R$ 91 são utilizados para pagamento de pessoal e custeio da máquina pública.

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