Legislativo
CPMI: Silvinei Vasques nega ação da PRF para dificultar chegada de eleitores de Lula às urnas e é chamado de mentiroso
20/06/2023 15:31
Suetoni Souto Maior
Silvinei Vasques durante depoimento na CPMI do 8 de janeiro. Foto: Pedro França/Agência Senado

O ex-diretor da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques negou em depoimento à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro que o órgão tenha agido para atrapalhar as eleições de 2022. Ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-dirigente alega que ninguém foi impedido de chegar às urnas. As declarações de Vasques geraram revolta entre deputados e senadores governistas. O deputado Duarte Júnior (PSB-MA), inclusive, defendeu que o depoente deveria ser preso.

A “Operação Eleições” fez uma série de blitze em todos os estados do país em 30 de outubro de 2022, dia do segundo turno. Segundo a PRF, o foco era evitar possíveis crimes eleitorais. A ação havia sido proibida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas foi posta em prática mesmo assim. A ação dos policiais rodoviários foi mais efetiva no Nordeste, justamente onde o hoje presidente Lula (PT) tinha o maior apoio dos eleitores.

Dados da PRF encaminhados à CGU (Controladoria-Geral da União) mostrou que a corporação fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste entre os dias 28 e 30 de outubro, região onde o presidente Lula venceu no primeiro turno e tinha favoritismo para o segundo. Nas demais regiões, foram 893 (Centro-Oeste), 632 (Sul), 571 (Sudeste) e 310 (Norte). Convocado para reunião pelo ministro Alexandre de Moraes, no dia 30 de outubro, o então superintendente da PRF recebeu a informação de que poderia ser preso se a operação tivesse continuidade.

Silvinei Vasques disse à comissão que ação coordenada para impedir a votação seria impossível. “Temos 13 mil policiais, grande parte dos nossos policiais também eram eleitores do presidente Lula. Além disso, é um crime impossível, que não ocorreu, não tem como”, disse. “Como falaríamos com 13 mil policiais explicando essa forma criminosa sem ter uma conversa de WhatsApp, Telegram, sem uma reunião, sem nenhum email enviado?”, questionou.

Para o ex-diretor, não haveria como articular a ação sem vazamentos. “Número grande desses policiais é de ideologia progressista, de esquerda. Será que, desse grande efetivo, nenhum participou ou viu no corredor alguma coisa? Não tem como fazer uma situação dessa, envolver policiais no Acre, Amapá, Rio Grande do Sul sem ter uma simples conversa de corredor.

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