As lições da política mostram que líder não é aquele que busca agradar a todo mundo, mas quem tem coragem de fazer o que precisa ser feito. E quando o assunto diz respeito à COVID-19, o necessário é adotar medidas para impedir a propagação desenfreada da doença. Neste aspecto, o governador João Azevêdo (Cidadania) e o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (Progressitas), acertaram em cheio. Eles prometem endurecer as regras de isolamento com medidas restritivas para evitar um colapso nos hospitais.

As medidas possíveis são diversas e serão conhecidas nesta terça-feira (23). Elas preveem, por exemplo, um toque de recolher na capital. Durante entrevistas nesta segunda-feira, Lucena descreveu um quadro crítico e que pode ser agravado como efeito do Carnaval. A quem insiste em relembrar posições do período eleitoral, o progressista diz que a eleição acabou. E de fato, isso aconteceu. O retrato daquele momento era outro, com os casos ainda em declínio. Neste momento, a realidade é a de hospitais lotados e riscos para a população.

O governador João Azevêdo disse durante a entrevista coletiva ocorrida nesta segunda-feira que o caminho, no novo decreto, pode incluir fechamento de bares, escolas, comércio e igrejas. É um remédio amargo admitido em momento de desespero, de risco de colapso no sistema de saúde. É o reflexo do descuido da população desde que as festas de fim de ano e sol forte do verão deram as caras. É reflexo também do repico decorrente das eleições.

Os números não são animadores. Pelo menos 4,3 mil paraibanos morreram desde o início da pandemia. No contexto geral, no Brasil, foram mais de 240 mil mortes causadas pela pandemia. Para o enfrentamento deste quadro, o governo e a prefeitura prometem avaliações a cada 15 dias. As medidas serão duras e devem servir de lição para a população, uma mostra da gravidade da pandemia.