O debate no Conselho Superior de Ensino Pesquisa e Extensão da Universidade Federal da Paraíba (Consepe/UFPB) para definir o formato de retorno das aulas na instituição, nesta quarta-feira (16), não foi simples e nem conclusivo. Os membros do colegiado decidiram, após quase seis horas de debate regado a troca de acusações, que o semestre letivo 2021.2 terá início de forma híbrida no dia 21 de fevereiro. Agora, um detalhe: a presença física de alunos e professores nas aulas presenciais deve ocorrer apenas a partir do dia 21 de março, de forma gradativa, desde que haja a existência do “passaporte da vacina”.
Este último quesito foi o principal ponto de discordância durante a reunião do Consepe. O grupo comandado pelo reitor Valdiney Gouveia se contrapôs à condicionante, mas foi vencido pela maioria dos votantes. O relatório que disciplinou o retorno das aulas foi aprovado com 27 votos a favor, 8 contrários e 3 abstenções. Nele, a cobrança de que professores e alunos comprovem ciclo vacinal completo para o retorno à sala de aula assumiu status vinculante. Agora, para que a cobrança tenha validade, ela ainda precisará ser validada pelo Conselho Universitário (Consuni), que é a instância administrativa.
O retorno híbrido decidido pelos membros do Consepe nesta quarta pode gerar dúvidas, por muita gente entender que ele pressupõe a presença física de parte dos alunos e professores nas salas de aulas já a partir do dia 21 deste mês, mas não é isso. Entre 21 de fevereiro e 21 de março, as aulas serão remotas. A partir daí, sim, havendo condições sanitárias e disciplinamento da cobrança do passaporte da vacina, as aulas serão retomadas com alunos e professores em sala de aula. Esse retorno, vale ressaltar, será gradual e seguro, segundo o parecer final do processo.
Durante a reunião do Consepe, os professores foram unânimes em afirmar a vontade de retornar ao presencial. No entanto, grande parte dos conselheiros, assim como diretores de centro e representantes da Aduf-PB reclamaram da falta de adequação das salas de aula para receber professores e alunos e do que alegaram ser omissão da reitoria na definição de critérios claros sobre quais diretrizes tomará na garantia das condições de biossegurança na instituição. Desde o ano passado são levantadas questões como o que fazer em caso de algum aluno se recusar a usar máscara, mas nenhum direcionamento foi apontado.
Além do passaporte da vacina, o retorno presencial vai depender do nível de contaminação e do status das bandeiras estabelecidas pelo governo do Estado. Caso haja crescimento acentuado das contaminações, o número de estudantes por sala pode ser reduzido e, dependendo do quantitativo, turmas presenciais podem se tornar híbridas ou entrar no modo virtual. A reunião do Consuni para decidir sobre o passaporte da vacina ainda não foi marcada.
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