Alguns dias separaram o anúncio de apoio do PT a Cícero Lucena no segundo turno e a decisão do ex-governador Ricardo Coutinho (PT) de seguir neutro para o segundo turno. Ele se manifestou neste domingo (13), seguindo o mesmo caminho do agora ex-candidato a prefeito, Luciano Cartaxo, também do PT. Coutinho usou como argumento para a posição o fato de considerar Lucena um político bolsonarista, tal qual o seu adversário, o ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga (PL).

“Não preciso de muitas palavras para dizer que não consigo me encaixar em nenhuma dessas duas candidaturas”, disse Coutinho em postagem nas redes sociais, em posicionamento que desconsidera declarações do atual prefeito de que votou em Lula (PT) para presidente em 2022.

Acontece que apesar da importância de Ricardo Coutinho enquanto liderança, por ter muita força no eleitorado de esquerda mais fiel, uma eventual adesão dele teria efeito mais deletério que agregador na campanha de Cícero Lucena, segundo a avaliação de aliados. Isso pela rejeição acumulada pelo ex-gestor em decorrência da operação Calvário, mas também pela posição ideológica. Uma possível (mas inimaginável) presença de Coutinho no palanque afugentaria o eleitorado de direita que optou por Cícero, ao invés de seguir com Queiroga.

Vale ressaltar que a posição de Coutinho em relação a Queiroga também já era esperada, visto que o ex-ministro é o pupilo do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições deste ano, em João Pessoa.

Com a decisão de agora, Ricardo Coutinho retoma a postura discreta em relação à política eleitoral que perdurava desde o insucesso na disputa pelo Senado, em 2022. Enquanto isso, Cícero Lucena vai para o segundo turno contra Queiroga com o apoio dos petistas. E este é, sim, para o candidato, o melhor dos mundos.

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