Temas espinhosos costumam ser uma commodity muito apreciada por adversários em uma campanha eleitoral e nesta sexta-feira (3) o prefeito Cícero Lucena (PP) encontrou o seu, com a operação Mandare, da Polícia Federal. A ação incluiu o cumprimento de mandados de busca e apreensão em pastas da administração municipal. É um problema e tanto em ano eleitoral, mas auxiliares do gestor apontam diferenças entre a forma de ele tratar o assunto e o que fazem seus adversários em relação a questões embaraçosas. A referência é ao deputado federal Ruy Carneiro (Podemos) e ao ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga (PL).
No caso atual, a PF aponta suposto favorecimento na administração municipal para que agentes públicos não sejam impedidos de entrar nas comunidades “dominadas” pelo tráfico. Aliados do prefeito ressaltam que em resposta Cícero determinou investigação interna, não se negou a dar entrevistas e se colocou à disposição dos responsáveis pela investigação para prestar esclarecimentos. Também negam as irregularidades apontadas. Sobre o fato de a filha do gestor, Janine Lucena, secretária de Saúde, ter recebido ligação partida de um presídio, o mandatário alegou que ela atende qualquer pessoa que ligue para seu celular.
Por outro lado, apontam que Ruy Carneiro foi recentemente condenado em investigação sobre suposta compra superfaturada de cadeiras para o estádio José Américo de Almeida (Almeidão), de João Pessoa. O pré-candidato, em resposta à decisão proferida pelo juiz Adilson Fabrício Gomes Filho, divulgou nota se dizendo perseguido por adversários políticos. O parlamentar recorreu da pena de 20 anos de prisão e devolução de R$ 750 mil aos cofres públicos. A suposta compra superfaturada de equipamentos teria ocorrido quando o atual pré-candidato era secretário de Estado da Juventude, Esporte e Lazer da Paraíba, em 2009.
A comparação a Marcelo Queiroga tem a ver com o período em que ele integrou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Notadamente em relação à presença na reunião ministerial na qual houve a defesa de um “plano b” e proposta de uma “virada de mesa” em caso de derrota nas eleições vencidas pelo presidente Lula (PT). As declarações foram registradas em vídeo e chegaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) por causa de investigação sobre suposta tentativa de golpe de estado protagonizada pelo ex-presidente. Apesar das declarações, Queiroga, que estava presente, nega todas as acusações e minimiza os discursos com tom golpista.
Um velho professor de política me ensinou que o caminho até a urna é feito de percausos e muitas, muitas explicações a serem dadas. Vence quem apresentar as que façam mais sentido.
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