O ex-governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto, entrou para a história da crônica política nacional com uma frase emblemática: ele dizia que política é como nuvens, você olha o céu e elas estão de um jeito. Olha de novo e já mudaram. A máxima casa como uma luva para descrever a situação da eleição para o comando da Assembleia Legislativa nos próximos dois biênios. Primeiro houve um movimento majoritário para fechar questão em torno da eleição de Branco Mendes para o primeiro biênio e Adriano Galdino, ambos do Republicanos, para a segunda metade do mandato. Mas esqueça. Isso não vale mais.
Os últimos movimentos de Galdino apontam na direção de que o nome dele será apresentado para o primeiro e para o segundo biênios. O fato novo nisso é que num primeiro momento, o atual presidente se via impedido na disputa por causa de uma decisão do Supremo Tribunal Federal, de 2021. Por ela, os presidentes das casas legislativas poderiam disputar apenas uma reeleição. Galdino, por isso, estaria impedido de pleitear uma segunda seguida. O que mudou é que novos entendimentos da Suprema Corte abrem brecha para quem foi eleito para o cargo antes de 2021, o que é o caso do atual mandatário.
Galdino, então, encomendou pareceres jurídicos a advogados renomados e à Procuradoria-Geral da Assembleia Legislativa. Se entender que tem chances de ser eleito e não ter o mandato contestado, ele embarca. Isso foi dito ao próprio Branco Mendes, que, apesar disso, diz a todos que mantém a candidatura e que não vai abrir mão. Nos corredores da Assembleia, no entanto, há quem diga estar havendo um “corta-luz”, como nas jogadas de futebol. É quando um atleta finge que vai na bola e deixa ela passar para que o artilheiro estufe as redes. Há, também, quem diga que não há entendimento e que haverá ruptura na base.
O que existe de fato é que se Galdino for candidato, a bolsa de apostas indica a vitória dele. E justificam argumentando que o atual presidente da Assembleia Legislativa cumpre com a palavra empenhada. As discussões tendem a seguir durante o período do recesso parlamentar, em janeiro. Há dois anos, este mesmo filme esteve em cartaz, daquela vez com Galdino no primeiro biênio e Hervázio no segundo. Tião Gomes (PSB) disputava contra os dois e retirou a candidatura para apoiar Hervázio Bezerra (do mesmo partido), liquidando as pretensões deste último.
Pode até ser que o compromisso de dias atrás seja mantido, mas as nuvens neste momento mostram outra formação.
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