O governo da Paraíba não vai peitar o Ministério da Saúde e manterá suspensa a vacinação dos adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidade. A informação foi repassada ao blog pelo secretário Estadual de Saúde, Geraldo Medeiros. A definição ocorre no momento em que vários estados travam briga com o ministro paraibano Marcelo Queiroga para manterem a imunização. A decisão de suspender a aplicação das doses nos estados ocorreu na noite desta quarta-feira (15), sob a alegação de que muitos estados têm aplicado vacinas não liberadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A decisão de Queiroga foi duramente criticada por especialistas. Ele chegou a recomendar que os adolescentes que já receberam a primeira dose não recebam a segunda até que sejam investigados casos de ‘efeitos adversos graves’ em parte dos jovens após a imunização. Um dos episódios alegado foi a morte de uma adolescente em São Bernardo do Campo. Os secretários de Saúde de vários estados criticam o governo por alegarem que não há investigação conclusiva que ligue os efeitos à vacinação. A Anvisa chegou a divulgar nota nesta quinta reafirmando a liberação da aplicação da Pfizer nos jovens.
Oficialmente, o Estado da Paraíba nunca liberou a aplicação da vacinação em jovens com idades entre 12 a 17 anos. O secretário Estadual de Saúde alega que as iniciativas neste sentido foram exclusivas dos municípios e que se faltar vacina nestas cidades, este será um dos motivos. Ao todo, foram aplicadas 15,6 mil vacinas em jovens sem comorbidade no Estado. Deles, pelo menos 256 foram da AstraZeneca ou Coronavac, que não foram liberadas pelo Ministério da Saúde. Pelo menos nove estados e o Distrito Federal mantiveram a vacinação dos adolescentes, ignorando a decisão sobre o Plano Nacional de Imunização (PNI).
Geraldo Medeiros disse que na Paraíba o governo continuará seguindo o PNI. Ou seja, enquanto o Ministério da Saúde não liberar, as vacinas para jovens de 12 a 17 anos serão destinadas apenas às pessoas com alguma comorbidade. Para a Paraíba são esperadas 520 mil doses da Pfizer até o dia 26. O montante, segundo Medeiros, servirá para dar tranquilidade na distribuição da vacina.
Pressa
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou hoje que a aplicação da vacina contra covid-19 em adolescentes foi feita de maneira “intempestiva” e criticou estados por não seguirem as orientações federais. “Estados e municípios iniciaram essa vacina antes, até no mês de agosto, vacina que era para começar ontem”, disse ele durante entrevista coletiva. “Como conseguimos coordenar a campanha dessa forma?”.
Segundo Queiroga, estados estariam aplicando vacinas de outros fabricantes além da Pfizer, que é o único autorizado pela Anvisa para menores de idade. “Sigam a recomendação do PNI [Plano Nacional de Imunização], não apliquem vacinas que não têm autorização da Anvisa”, disse. “Não vamos aceitar isso. Temos compromisso com todos os brasileiros, mas em especial com os adolescentes, que são o futuro dessa nação”. Segundo ele, quase 3,5 milhões de adolescentes já receberam o imunizante. “Três milhões e meio que receberam a vacina de forma intempestiva”, classificou.
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