Executivo
À espera de João, Efraim Filho corre o risco de ver espaços em outros palanques serem fechados
09/03/2022 15:09
Suetoni Souto Maior
Efraim Filho diz ter conquistado o apoio de mais de 100 prefeitos. Foto: Divulgação

Uma breve conversa com aliados do governador João Azevêdo (PSB) é o suficiente para concluir que a situação do deputado federal Efraim Filho (União Brasil) não é confortável na base governista. O parlamentar trabalha há mais de um ano para viabilizar a disputa pela vaga que será aberta para o Senado. Ele apresenta como credenciais o fato de ter fechado com mais de 100 prefeitos e de estar na base aliada de João desde o início do mandato. Só que contra ele pesa um impedimento imposto pelo próprio governador em relação a quem vai segui-lo na chapa majoritária: só ficará quem anunciar voto no ex-presidente Lula (PT).

O cenário de apoio a Lula e ao PT é inimaginável em relação a Efraim Filho. Ele construiu a vida política sempre na oposição ao ex-presidente, assim como o pai dele, Efraim Moraes, fazia antes dele. Fora isso, ainda conta com a forte concorrência do deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP). Este último tem o apoio do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, do mesmo partido. O gestor pessoense, diga-se de passagem, é visto como aliado prioritário do governador. Ou seja, falta pouco para um quadro de “game over” para Efraim na base governista.

Mas isso não é o mais complicado. Em tese, a saída da base governista não impediria uma candidatura ao Senado. Ele poderia ainda correr para outra chapa majoritária forte. As afinidades são maiores em relação ao deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB). Os pais de ambos foram companheiros de chapa em 2002 e foram bem-sucedidos. Efraim Moraes foi eleito senador enquanto que Cássio Cunha Lima levou o governo do Estado. A parceria entre eles durou até o rompimento de Cássio com o ex-governador Ricardo Coutinho (PT). Os Maraes seguiram o hoje petista e foram abarcados depois por João Azevêdo.

O problema agora é que o caminho para o palanque de Pedro corre perigo desde quando o tucano se reuniu com o pré-candidato ao Senado, Sérgio Queiroz (PRTB). Os dois saíram do encontro trocando elogios e isso fez crescer as especulações sobre uma possível composição. Se por aí não for possível, também ficará complicada uma aliança com Nilvan Ferreira (PDT), já que este último definiu o nome de Bruno Roberto (PL) para a disputa. Ou seja, apesar de ter entrado na disputa cedo, o futuro de Efraim tem se tornado incerto. E como diz a tradição, “camarão que dorme a onda leva”.

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