O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), começa a sofrer, a partir desta quarta-feira (25), nova pressão para votar a anistia destinada aos suspeitos de terem tentado um golpe de estado. O movimento é encampado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e pelo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcanti (RJ). O objetivo é beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso preventivamente no último sábado (22) por ter tentado violar a tornozeleira eletrônica.
Motta tem sofrido pressões desde o início do ano para pautar a medida e as cobranças foram ampliadas após a condenação do ex-presidente a 27 anos de prisão por envolvimento na trama golpista. O cumprimento da pena já era previsto para ocorrer nos próximos dias, após o fim do prazo para os embargos dos embargos. A decisão, portanto, foi apenas antecipada.
Para fugir da pressão, Motta escolheu o deputado Paulinho da Força (SD-SP) para relatar uma proposta que visava o redimensionamento da dosimetria, o que reduziria as penas para alguns dos condenados. A proposta, no entanto, era rejeitada pelos bolsonaristas. Agora, eles querem apresentar um destaque que possa livrar Bolsonaro da cadeia, medida que poderá ser revogada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ministros da Corte já alertaram que a lei seria inconstitucional.
A pauta também não é bem vista pelo governo Lula (PT), que já anda às turras com o presidente da Câmara dos Deputados. Nesta terça-feira, aliados de Motta revelaram o rompimento dele com o líder do PT na Câmara, o também paraibano Lindbergh Farias (RJ). O último ponto de discórdia foi a entrega do projeto antifacção para o deputado bolsonarista Guilherme Derrite (PL-SP).
A discussão sobre anistia tem potencial para desgastar Motta demasiadamente, seja pelo sucesso ou pelo fracasso da tentativa bolsonarista.
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