Executivo
À direita e à esquerda, a ‘guerra fratricida’ dos candidatos ao Senado na Paraíba
21/09/2022 16:09
Suetoni Souto Maior
Eleitores só poderão ser presos em caso de flagrante delito. Foto: Divulgação

Existe apenas uma vaga e muitos candidatos competitivos. Essa é a realidade da disputa pelo posto de senador, na Paraíba, com reflexos fortes independentes do grupo político. À esquerda, a briga tomou o guia eleitoral dos candidatos Ricardo Coutinho (PT) e Pollyanna Dutra (PSB). O primeiro usou a propaganda partidária para acusar a adversária de ser ser casada com um bolsonarista, no caso do ex-prefeito Barão, e ser aliada de várias outras lideranças que votam no presidente Jair Bolsonaro (PL). Por outro lado, a socialista nega as relações e lembra o fato de Coutinho estar inelegível.

A briga, neste caso, ocorre em um campo no qual “ninguém largava a mão de ninguém” até pouco tempo atrás. Pollyanna é aliada do governador João Azevêdo (PSB), que disputa a reeleição. Ela foi guindada à condição de candidata logo após o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP) desistir da disputa. Depois de patinar na busca por apoios, ela vem ganhando cancha nas últimas semanas, a ponto de ser vista como “ameaça” pelo grupo de Ricardo Coutinho. Este último integra a chapa encabelada pelo senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), outro ex-aliado de Azevêdo, assim como o próprio Ricardo.

Todos, sem exceção, se apresentam como candidatos do ex-presidente Lula (PT) no Estado e se esforçam para ganhar a confiança do eleitorado do petista. A guerra fratricida tem ganhado maior força por causa da reta final da disputa. Ricardo tem aparecido melhor posicionado nas pesquisas, mas pode sofrer um revez acentuado por causa da inelegibilidade imposta pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Ele espera o resultado de recursos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Supremo Tribunal Federal (STF). Enquanto isso não ocorre, a situação vira material para ataques nas mãos de Pollyanna.

Quando você muda o espectro e vai para a direita, a coisa não é nada confortável. A trincheira influenciada pelo presidente Jair Bolsonaro tem o deputado federal Efraim Filho (União Brasil) tentando se descolar dos outros concorrentes. Apesar do histórico ligado ao bolsonarismo, ele não tem buscado agregar este “ativo” à campanha, até para não afastar aliados. O mesmo não é feito pelos candidatos Bruno Roberto (PL) e Pastor Sérgio Queiroz (PRTB). Estes dois últimos têm brigado na Justiça, nas ruas e nas redes sociais pelo voto bolsonarista.

Não raro, Roberto e Queiroz trocam acusações e brigam para definir quem tem mais características caras ao bolsonarismo. Essa disputa interna, vale ressaltar, vai se intensificar até a semana que vem, inclusive com a briga por lideranças. Nas últimas horas, o segundo suplente do candidato Bruno Roberto (PL), pastor Isaac Venerando (PL), rompeu com o postulante e anunciou apoio a Efraim. A briga entre os postulantes lembra a antiga e muito atual frase que define política como a arte de unir inimigos e separar irmãos. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.

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