A morte do senador Major Olímpio (PSL-SP) acende o sinal de alerta na política. É o terceiro senador a morrer. Antes dele, foram Aroldo de Oliveira (PSD-RJ) e José Maranhão (MDB-PB). Os três eram apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem postura refratária a medidas protetivas como distanciamento social e uso de máscara. Deles, Olímpio era o mais afeito ao uso de máscara e chegou a romper com o gestor. No ano passado, fez campanha pela derrubada do veto do presidente sobre o projeto que obrigava o uso do produto.

Da Paraíba já foram mais de 20 mortes. Foram dois ex-governadores (José Maranhão e Wilson Braga), além de vários ex-deputados (federais e estaduais) e ex-prefeitos. No exercício do cargo, morreram Zenóbio Toscano, de Guarabira, e Manoel da Lenha, de Ingá. Este último faleceu pouco depois das eleições de 2020. Sequer experimentou o gostinho de comandar a cidade no novo mandato. Outro que faleceu no exercício do mandato foi o deputado estadual João Henrique.

Estas mortes de políticos acontecem no momento em que o negacionismo leva uma surra da ciência, que tem conseguido comprovar exatamente tudo o que foi previsto por sanitaristas e cientistas. No final, distanciamento social, higiene e vacina se mostraram como as únicas formas de fazer frente à pandemia. Isso enquanto o Brasil caminha para a marca de 300 mil mortes, que têm ocorrido de forma democrática. Tem morrido muito, muito pobre, mas eles são acompanhados de um número grande de ricos.

A Paraíba tem enfrentado, nos últimos dias, um verdadeiro pesadelo frente à pandemia. São mais de 5 mil mortes e os números crescem a cada dia, no mesmo compasso da falta de espaço nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva). Enquanto isso, ainda tem gente insistindo em se expor e pregar contra medidas restritivas impostas pela Prefeitura de João Pessoa e pelo governo do Estado. Para essas pessoas, não custa dizer que o maior patrimônio de qualquer um continua sendo a vida.